Nasr al-Din Amer, vice-diretor da Autoridade de Mídia do movimento iemenita Ansar Allah, conhecido como houthis, reiterou que o grupo rejeitou o que descreveu como “tentações lucrativas” para abandonar suas ações de apoio a Gaza sitiada.
Dentre as ofertas, comentou Amer, estariam pacotes econômicos e uma suposta solução ao conflito interno no Iêmen, mitigado, porém, por mediação chinesa no último ano.
Ao falar do papel iemenita no apoio a Gaza, Amer confirmou pressão para dividir os fronts, incluindo esforços de lobby internacionais para dissuadir o movimento de suas ações em defesa do povo palestino — contudo, rejeitados.
“Nossa união é nossa força, que tanto preocupa o inimigo israelense”, destacou Amer.
O porta-voz afirmou que o grupo chegou a seu quinto estágio de escalada, ao desenvolver capacidades militares para expandir o escopo e as formas como conduz suas operações ainda nos próximos dias.
“Nós atacamos Israel antes de nos atacarem e a história lembrará que o Iêmen sitiou este inimigo arrogante e impediu seus barcos de atravessar nossas águas”, declarou Amer, em referência ao embargo adotado por Sanaa contra a navegação israelense na região, desde novembro passado, em apoio a Gaza.
Em retaliação ao embargo — com impacto efetivo — e apoio a Israel, Estados Unidos, Grã Bretanha e outros realizaram bombardeios ao Iêmen — considerado o país mais pobre do Oriente Médio.
Os comentários do grupo houthi coincidem com apreensões de propagação da guerra em nível regional, sobretudo após Israel atacar Teerã e outras cidades iranianas pela primeira vez na história, em 26 de outubro.
Amer alertou que, caso a guerra se expanda e alguns Estados se envolvam em apoio a Tel Aviv, o envolvimento do Iêmen evoluirá de “apoio” a “ações diretas”.
Sobre os vizinhos árabes, Amer reafirmou: “Dissemos a eles que não é de seu interesse se envolverem nesta guerra e na destruição de Gaza. Washington e Tel Aviv querem envolver os países da região nesta escalada — advertimos para não fazê-lo”.
Israel mantém ataques a Gaza há mais um ano, com 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados, em desacato a uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio desde janeiro.