O Movimento Juventude Livre na Jordânia anunciou que dezenas de jovens jordanianos —homens e mulheres — lançaram uma greve de fome, sem prazo para acabar, pelo fim do cerco militar israelense imposto atualmente ao norte de Gaza.
As informações são da rede de notícias Quds Press.
Na sexta-feira (1º), numerosas cidades na Jordânia vivenciaram marchas de solidariedade aos povos do Líbano e da Palestina, sob ataques de Israel. Em Amã, o protesto seguiu até a embaixada dos Estados Unidos, ao denunciar a cumplicidade de Washington.
Entre os slogans: “América, a cabeça da serpente”, “América terrorista, Estado colonial”, “Jordânia, essa é a vontade do povo” e “Basta de bases estrangeiras em nossa terra”.
Os manifestantes expressaram repúdio ao silêncio árabe e internacional sobre os crimes cometidos por Israel.
Ao erguer bandeiras palestinas e jordanianas, além de cartazes, os ativistas reivindicaram também a revogação do “Tratado da Vergonha” (Wadi Araba) com “criminosos de guerra e genocidas”, sob o qual a coroa jordaniana normalizou laços com Israel.
“Nossa greve de fome teve início na primeira sexta-feira deste mês”, reiterou a campanha. “Fizemos um juramento durante nossa marcha, em frente à Associação dos Profissionais em Amã, ao nos comprometermos com a greve até alcançarmos nossos objetivos”.
Ativistas condenaram as ações israelenses para expulsar a população do norte de Gaza, a fim de ocupar e anexar ilegalmente o território, via políticas de limpeza étnica e imposição deliberada de crise humanitária sobre a comunidade civil.
Outro ato foi realizado no sábado (2), em frente ao Centro Nacional de Direitos Humanos, como parte de um calendário de eventos para disseminar a campanha e reunir apoio da população e de organizações de direitos humanos na Jordânia e além.
Israel mantém ataques a Gaza há mais um ano, com 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados, em desacato a uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio desde janeiro.
Em outubro, forças ocupantes intensificaram seus ataques e cerco militar a famílias ainda radicadas no norte, sem comida ou medicamentos.
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