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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Fatah e Hamas assinam acordo de colaboração para pós-guerra em Gaza

Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, atende encontro do Comitê Central do Fatah, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em 8 de setembro de 2024 [Presidência Palestina/Agência Anadolu]

Os movimentos palestinos Hamas e Fatah assinaram, no sábado (5), um acordo no Cairo para estabelecer um governo técnico, em parceria, para a Faixa de Gaza, responsável pela reconstrução no pós-guerra, reportou a agência Anadolu.

Gaza permanece hoje sob ataques indiscriminados de Israel, com 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados em um ano.

Segundo as informações, o acordo busca instituir uma gestão única voltada aos esforços de reconstrução e prestação de serviços básicos à população carente.

O novo governo deve reunir secretários técnicos de ambos os partidos, conforme decreto a ser emitido pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Um novo “comitê de apoio”, reunindo as partes, deve operar também a travessia de Rafah, no extremo sul do enclave, e gerenciar a reabilitação da infraestrutura civil, destruída por Israel.

Fontes confirmam mediação do Egito, para viabilizar o consenso, além de participação de outros Estados árabes, incluindo Arábia Saudita.

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Segundo uma fonte egípcia ao canal Al-Qahera TV, “os encontros [entre Fatah e Hamas no Cairo] são um assunto puramente palestino […] com intuito de unir as fileiras palestinas e aliviar o sofrimento da população”.

Ambas as partes mostraram “flexibilidade e positividade”, acrescentou o relato.

Segundo a rede Al-Araby Al-Jadeed, a delegação do Hamas foi chefiada pelo atual líder do gabinete político, Khalil al-Hayya, e seu colega do bloco, Bassem Naim.

“Continuamos comprometidos com o bem-estar do povo de Gaza, ansiosos para compor um único governo palestino, que põe a reconstrução e as necessidades humanas acima de qualquer rivalidade política”, comentou um porta-voz do Hamas.

Em 25 de setembro, Mohammad Mustafa, novo primeiro-ministro da gestão em Ramallah, anunciou encontros com o Hamas na capital egípcia, com foco em Gaza e no “dia depois da guerra […] sem excluir ninguém”.

Em julho, Hamas e Fatah — somando 14 facções nacionais — confirmaram um acordo de reconciliação após conversas em Pequim, capital da China.

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O acordo, no entanto, desafia a retórica expansionista de Israel, que insiste em se opor ao envolvimento da Autoridade Palestina e seu partido hegemônico, Fatah, — muito menos do Hamas — na gestão de Gaza.

Em outubro, relatos surgiram de planos israelenses para formar campos de concentração em Gaza, operados por empreiteiras militares — mercenários — dos Estados Unidos e de ex-agentes de inteligência israelenses.

Neste sentido, notam analistas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ainda se opõe a qualquer cessar-fogo em Gaza, sob pretexto de “eliminar” o Hamas.

As ações israelenses, incluindo escalada no norte desde o início de outubro, são, porém, desacato a determinações de soberania e autodeterminação da lei internacional, além de genocídio e crime de punição coletiva.

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