Mais de 70% dos residentes da cidade histórica de Baalbek, no leste do Líbano, sofreram deslocamento à força nos últimos dias, por conta dos bombardeios e ameaças de Israel, incluindo ordens de evacuação, reportou a imprensa estatal libanesa.
Israel atacou recentemente não apenas a cidade como seus arredores, incluindo as áreas que circundam o Castelo de Baalbek e outros monumentos históricos. Hospitais, escolas e outras instituições civis, incluindo pontos turísticos, foram alvejados.
No domingo (3), o exército israelense deferiu novas ordens de evacuação para as famílias na Baalbek, ao alegar “presença de interesses afiliados ao Hezbollah”, de modo a antever pretexto para atacar alvos civis — nos moldes da doutrina adotada em Gaza.
O exército anexou às ameaças mapas de prédios a serem atacados e ordenou evacuação imediata de um raio de ao menos 500 metros dos alvos em questão.
LEIA: ONU alarmada com destruição de edifícios religiosos durante conflito no Líbano
Israel escalou suas ações no Líbano em meados de setembro, após uma onda de a taques terroristas, atribuídos à agência de espionagem Mossad, que detonaram pagers e walkie-talkies nas ruas libanesas.
Em 1º de outubro, Tel Aviv deflagrou sua invasão por terra ao Líbano — contida, até então, por unidades do Hezbollah, com quem troca disparos há um ano.
As ações sucedem um ano de genocídio em Gaza, com 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados. No Líbano, são três mil mortos, 13.700 feridos e 1.3 milhão de deslocados à força.
A campanha israelense é crime de guerra, punição coletiva e genocídio.
Ataques a sítios arqueológicos, históricos e turísticos — incluindo Patrimônios Mundiais, sob a lista do Fundo das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) — se tornaram comuns por parte de Israel, como prática de memoricídio.
LEIA: Israel rejeita todas as propostas de cessar-fogo, lamenta premiê libanês