O presidente colombiano Gustavo Petro está enfrentando um processo de instabilidade com um acúmulo de acusações infundadas. Na gíria da cobertura política em língua espanhola se diz que ” se trata de vender uma cortina de fumaça”. Nos termos jornalísticos brasileiros, afirmamos que seria “vender espuma”. A ofensiva contra o mandatário ex-membro dos grupos de apoio do M19 (organização insurgente urbana que operava no país nas décadas de 1970 e 1980) se intensificou justamente quando este se posiciona a favor da Palestina. Não só. O país se soma nas denúncias da África do Sul acusando o Estado Sionistas de genocida. Além disso, suspendeu a venda de carvão para o país que se dedica a assassinar a população de Gaza.
Uma das formas que o gabinete do economista e líder do partido Colômbia Humana foi retomar a investigação contra o ex-presidente Iván Duque e a aquisição – ilegal – do software de espionagem Pegasus, produzido pela empresa NSO. Trata-se exatamente do mesmo equipamento e tipo de contrato que ia ser executado no Brasil durante o desgoverno Bolsonaro e seus intentos de golpe de Estado. Ao menos em nosso país, o TCU tomou uma atitude correta e barrou a aquisição. Outros programas semelhantes foram incorporados, aumentando a vigilância sobre a sociedade brasileira e espelhando dados importantes daqui na nuvem informacional de Tel Aviv.
Em setembro deste ano, o presidente e sua equipe de segurança e inteligência financeira (UIAF) apresentaram ao público uma acusação contra a Diretoria de Inteligência Policial (DIPOL). O documento informa que a DIPOL teria pago 11 milhões de dólares em dinheiro (em espécie, dinheiro vivo como no padrão da família Bolsonaro de aquisição de imóveis) pelo software espião Pegasus, de fabricação sionista. A transação teria ocorrido em meados de 2021, durante o Governo de Iván Duque (Centro Cívico, partido do ex-líder paramilitar e associado do Cartel de Medellín, Álvaro Uribe Vélez) e em pleno estado de rebelião social (chamado em espanhol de estallido social).
De acordo com o documento lido pelo presidente, o IMPA (equivalente à inteligência financeira do Estado Sionista) explicou à UIAF que, em julho ou agosto de 2021, um banco israelense relatou um depósito de US$ 5,5 milhões em dinheiro em uma conta da empresa NSO. “O pagamento estava relacionado a um acordo de US$ 11 milhões assinado entre a NSO Group Technologies Limited e a Diretoria de Inteligência da Polícia Colombiana para a compra da Pegasus”, disse Petro:
“O dinheiro foi transportado por via aérea de Bogotá, Colômbia, para Tel Aviv, Israel, em 27 de junho de 2021. Foi declarado na alfândega israelense e depositado na conta da empresa em 30 de junho de 2021. A data mencionada está correlacionada com um relatório de transação cambial apresentado em 22 de setembro de 2021 sobre um segundo depósito em dinheiro de US$ 5,5 milhões.”
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Segundo a manchete do jornal sionista Haaretz, “USD 13 milhões em dinheiro em um jato particular: como a Colômbia pagou pelo spyware israelense”. E na linha de apoio:
“Yair Kulas, chefe do departamento de assistência à exportação do Ministério da Defesa, participou de transações que causaram espanto.” Na sequência o jornal explica como o mais recente gabinete formado por Netanyahu em novembro de 2022 simplesmente engavetou as investigações.
Importante observar que o documento da UIAF colombiana (ratificado pela instituição semelhante no Estado Colonial) fala de USD 11 milhões e o jornal citado publica a quantia de dois a milhões a mais. Considerando a “nebulosidade” destes contratos, podemos apontar a hipótese de que USD 2 milhões de dólares podem simplesmente terem “sumido” ou depositados sem rastreio através de alguma empresa de fachada em paraíso fiscal.
Na sequência do comunicado, o presidente solicitou ao diretor da UIAF e ao chefe da polícia que entregassem os documentos relevantes e o software ao gabinete do procurador-geral para que os cidadãos possam ficar satisfeitos com o fato de os seus direitos serem respeitados pelo Estado.
O Grupo NSO, empresa israelense criadora do software espião Pegasus, se pronunciou sobre a suposta compra do programa durante o mandato do então presidente da Colômbia, Iván Duque, em 2021. Em comunicado acessado por meios de comunicação como W Radio e La FM, a empresa frisou que “todas as nossas transações foram realizadas de acordo com a legislação dos países envolvidos. Qualquer declaração que sugira o contrário é imprecisa e não representa a realidade.”
Todo e qualquer especialista sabem que a disposição de tamanha quantidade de dólares em depósitos bancários além de ser comunicada, precisa de antecipação e ser comunicada devidamente para as autoridades financeiras dos países envolvidos. Que dirá uma transferência de dinheiro vivo, depositados em conta bancária empresarial em instituição registrada no Estado Colonial do Apartheid Sionista na Palestina Ocupada. Ou seja, não houve investigação lá, com as “autoridades” de Tel Aviv simplesmente registrando os dados e as quantias e não congelando as contas e as operações.
Ao contrário. Não apenas não punem como incentivam, pois veem as exportações da indústria de segurança e defesa como uma forma de penetração nos Estados, encontrando aliados dispostos a tudo para obterem algum grau de favorecimento. Para comprovar tal afirmação, basta perceber os demais contratos de vendas de equipamentos semelhantes no Brasil e seus envolvidos!
Ainda segundo Petro, era muito evidente do crime de lavagem de dinheiro. Nenhum nacional ou estrangeiro na Colômbia pode portar semelhante quantia – USD 5 milhões de dólares – e menos ainda enviar para fora do país. O crime se agrava pela evasão de dinheiro vivo e sonante (em espécie). A lista de passageiros dos dois voos era toda de operadores sionistas. Na declaração, o presidente da Colômbia afirma: “entre os cidadãos israelenses que chegam, nenhum colombiano chega ou sai”. Os passageiros dos voos da lavanderia financeira são:
Ron Gonen, diretor de segurança global do Grupo NSO, viajou nos dois aviões; Moshé Zahar, com quem o Estado colombiano teria fechado uma compra de outros softwares em 2013; Oded Guindy, que segundo o presidente viajou nos dois voos; e Yehuda Lahab, diretor de negócios do Grupo NSO. A lavagem teria a assinatura de Lahab, pois este é o responsável pelo negócio obscuro com o aparato de espionagem do então presidente colombiano Iván Duque, o aliado do ex-paramilitar e também ex-presidente Álvaro Uribe Vpelez. O Ministério Público e a Procuradoria-Geral da República estão se dedicando sobre o tema desde a formalização da denúncia.
Apontando conclusões
Evidente que os oligarcas colombianos, sua extrema direita vinculada ao narcotráfico e a DEA, os serviçais do Plano Colômbia (que autorizou a presença de tropas estadunidenses no solo do país) e o conjunto de latifundiários exportadores clientes de empresas israelenses se uniram com o Estado Sionista para derrubar o governo eleito em junho de 2022.
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A acusação de irregularidades eleitorais é notícia requentada, e teve como grande incentivo a política de reforma agrária e reparações sendo conduzida por sua administração. Ao levantar a voz contra o genocídio palestino, o economista e ex-senador atraiu para si a ira dos espiões sionistas assim como de seus sócios nacionais. Impedir mais este golpe de Estado é uma forma de apoiar a Palestina a partir de nosso continente.
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