Autoridades da ocupação israelense estenderam nesta quinta-feira (7) o fechamento das redações da rede internacional Al Jazeera na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, por um prazo adicional de 45 dias.
Em 22 de setembro, tropas ocupantes invadiram os escritórios da Al Jazeera para ordenar o fechamento de suas operações sob decreto militar. Soldados confiscaram documentos e equipamentos, impediram os funcionários de acessar seus veículos e interromperam as transmissões do canal.
Meses antes, em 5 de maio, o governo israelense de Benjamin Netanyahu baniu a rede Al Jazeera do território considerado Israel — ou Palestina histórica, tomada durante a Nakba ou “catástrofe” de 1948, mediante limpeza étnica.
A mesma legislação, aprovada pelo parlamento (Knesset), limitou o acesso ao website da Al Jazeera e autorizou o Ministério de Comunicações de Israel a fechar redes estrangeiras, caso o Ministério da Defesa identifique eventuais “danos de segurança”.
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Em junho, o ministro de Comunicações, Shlomo Karhi, estendeu a censura por 45 dias, ao alegar na ocasião que a proibição foi “adotada unanimemente pelo governo, com base em opiniões atualizadas das fontes de segurança, que apontam inequivocamente [sic] para ameaças reais à segurança do Estado”.
A Al Jazeera condenou as medidas repressivas, como proibitivas à liberdade de imprensa, no intuito de encobrir os crimes israelenses em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental — incluindo genocídio no enclave costeiro e pogroms nos territórios ocupados.
Israel respondeu ao publicar nomes e fotos de seis jornalistas palestinos da Al Jazeera, ao acusá-los — sem evidências — de pertencer aos grupos Hamas e Jihad Islâmica e rotulá-los como “terroristas” — ao indicar intento de executá-los.
O Estado israelense mantém sua campanha contra Gaza há 13 meses, incluindo ataques deliberados a profissionais de imprensa, com 175 fatalidades entre a categoria.
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