Abbas insta países árabes e islâmicos a não normalizarem laços com Israel

O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, reforçou seu apelo para que a filiação de Israel das Nações Unidas seja suspensa, a menos que “se comprometa com a lei internacional”, ao instar de países árabes e islâmicos que não cedam a nova pressão por normalização sob a futura gestão de Donald Trump nos Estados Unidos.

Em discurso nesta segunda-feira (11), na capital saudita Riad, durante abertura da Cúpula Árabe-Islâmica, insistiu Abbas: “A comunidade internacional falhou em cessar a agressão israelense contra a Faixa de Gaza”.

“Esta guerra genocida tem apoio dos Estados Unidos”, acrescentou o presidente, em raro tom de crítica. “É urgente que o Conselho de Segurança faça valer o cessar-fogo sobre as agressões de Israel, permita o envio de assistência a Gaza e garanta a retirada das forças ocupantes”.

Abbas exortou da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança que rescindam a adesão de Israel na ONU até que “respeite a lei internacional”.

“Nosso senso de dever, como árabes e muçulmanos, exige demonstrarmos o máximo de solidariedade e cooperação, dado o fracasso da comunidade internacional em dar fim à agressão e à guerra genocida [de Israel]”, acrescentou.

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Abbas instou os governos da comunidade internacional a “reavaliarem suas relações com o Estado ocupante e evitarem quaisquer normalizações, diante de seu franco desprezo à lei internacional, incluindo atos de genocídio e ataques à ONU”.

Abbas comentou os esforços israelenses para criminalizar a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), que provém serviços essenciais a milhões em Gaza, Cisjordânia, Síria, Líbano e Jordânia.

Para o presidente palestino, é crucial “proteger e apoiar o trabalho da UNRWA, ao garantir que a continuidade de sua missão na Palestina”.

Diante do público islâmico, Abbas reiterou ainda a “urgência de salvaguardar Jerusalém e apoiar a resiliência popular em preservar a Mesquita de Al-Aqsa e o status legal e histórico dos santuários islâmicos e cristãos na Cidade Santa”.

A Cúpula Árabe-Islâmica, presidida pelo príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, conta com a presença do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com início nesta segunda-feira em Riad, com foco em medidas de cessar-fogo em Gaza e Líbano.

Um dos objetivos é instituir um grupo de contato em Gaza, incluindo oficiais de Jordânia, Egito, Catar, Turquia, Arábia Saudita, Autoridade Palestina, Indonésia e Nigéria.

Em último caso, a meta é cessar o genocídio em curso e reaver o caminho para a “solução de dois Estados” — proposta de longa data da comunidade internacional, rechaçada, no entanto, pela liderança de Israel.

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