O recém-nomeado ministro de Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, reafirmou, em coletiva de imprensa, o posicionamento de Estado único supremacista de seu regime, ao alegar que um Estado palestino soberano “não é realista”.
Em resposta da reivindicação de um Estado palestino como prerrogativa à normalização de laços com os regimes árabes — como corroborado recentemente pela Arábia Saudita —, declarou Saar: “Não acho que isso é realista hoje e temos que ser realistas”.
Então reiterou: “Em uma palavra: não”, ao insistir na retórica generalista e racista adotada para justificar o genocídio em Gaza, de que um Estado da Palestina — conforme o direito internacional — seria um “Estado terrorista do Hamas”.
Segundo a rede francesa AFP, conversas de bastidores sobre eventual normalização entre Israel e nações árabes devem voltar à tona após a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro de 2025.
No fim do primeiro mandato de Trump, sua administração mediou os chamados Acordos de Abraão, sob os quais Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão assentiram em relações com a ocupação israelense.
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Negociações, contudo, parecem ter sofrido um revés no contexto do genocídio em Gaza e conforme aproximação saudita com a China — incluindo acordos multibilionários —, nos quatro anos do governo de Joe Biden.
Nesta semana, a Arábia Saudita voltou a condicionar publicamente o estabelecimento de laços com Israel à criação do Estado palestino, com Jerusalém Oriental como sua capital, de acordo com o consenso de “dois Estados” e resoluções internacionais.