Procuradora-geral de Israel pede demissão de Ben-Gvir por violações judiciais

Ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, em Jerusalém ocupada, em 22 de julho de 2024 [Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images]

Gali Baharav-Miara, procuradora-geral de Israel, aconselhou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a exonerar seu ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, a menos que corrija seu comportamento, por desobedecer a uma série de ordens judiciais.

Conforme o jornal Times of Israel, a instrução sucedeu apelos de Ben-Gvir pela demissão de Baharav-Miara em aparição à televisão nacional.

Baharav-Miara, segundo as informações, está preparando uma resposta a uma petição da Suprema Corte, registrada em setembro, pela demissão de Ben-Gvir, por interferir com as funções da polícia em detrimento de determinações legais.

Em março de 2023, a Suprema Corte instou Ben-Gvir a deixar de dar ordens operacionais às forças policiais, referentes aos protestos contra o governo que então tomavam o país; em janeiro de 2024, o tribunal emitiu uma injunção de reforço sobre a matéria.

A procuradoria-geral crê, portanto, que Ben-Gvir violou a lei na forma como seu ministério supervisiona a polícia. Baharav-Miara deve levar provas a Netanyahu em breve, ao impor um novo dilema ao premiê.

Netanyahu é alvo de um escândalo interno e inquéritos policiais por documentos vazados do exército por seus assessores, além de protestos de massa que reivindicam um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros com os grupos palestinos, após 13 meses de guerra sem ganhos práticos, salvo uma crise inédita de diplomacia e relações públicas.

Analistas alertam que Netanyahu obstrui um cessar-fogo em causa própria, sob receio de colapso de seu governo e eventual prisão por corrupção, nos três processos que enfrenta no judiciário israelense.

Segundo o Times of Israel, diante das crises concomitantes, todavia, a procuradora busca exaurir todas as opções antes de recorrer a uma decisão do judiciário, incluindo um alerta extrajudicial ao premiê para retificar a postura do ministro.

Baharav-Miara também estendeu em sete dias o prazo para que o Estado encaminhe sua resposta às petições da corte — isto é, ao próximo domingo (17).

Ben-Gvir não recuou, ao acusar a procuradoria-geral de “trabalhar junto com a mídia para derrubar a liderança de direita” e reforçar suas demandas para que Netanyahu “demita a responsável pela agência, que trabalha contra o governo”.

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