Mohammed Bin Salman, príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, instou Israel, nesta segunda-feira (11), a respeitar a soberania do Irã e não atacar novamente seu território, ao enfatizar relações amistosas, na atual conjuntura, com Teerã.
Em discurso à Cúpula Árabe-Islâmica, realizada em Riad para tratar das crises regionais, Bin Salman destacou que a comunidade internacional deve persuadir Israel a “respeitar a soberania de nossos irmãos da República Islâmica do Irã e não atacar seu território”.
Arábia Saudita e Irã normalizaram relações após anos de rivalidade geopolítica conforme aproximação do reino com a China, que mediou o acordo. No último ano, no contexto do genocídio em Gaza, ambos mantiveram contatos de alto nível para conter a crise.
Tamanha aproximação levou a um telefonema inédito entre Bin Salman e Ebrahim Raisi — então presidente iraniano, falecido em maio —, cinco dias após eclodir a guerra. Masoud Pezeshkian, sucessor de Raisi, falou ao príncipe em diversas ocasiões, a mais recente no domingo (10), à véspera da cúpula.
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Em outubro, a Arábia Saudita confirmou realizar exercícios navais com Irã e outros países da região no Golfo de Omã.
A aproximação coincide ainda com uma escalada na região, com ápice, até então, no fim de outubro, com disparos israelenses ao Irã; tréplica, por sua vez, a uma bateria iraniana em 1º de outubro, horas após Israel invadir o Líbano.
As declarações de Bin Salman contradizem esperanças declaradas de líderes israelenses sobre um retorno às discussões de normalização, conforme o retorno de Donald Trump à Casa Branca, em janeiro. Conversas de bastidores, segundo relatos, foram interrompidas pelo genocídio em Gaza.