O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) reportou nesta terça-feira (12) que quase metade da população sudanesa enfrenta insegurança alimentar, à medida que uma catástrofe de fome parece assombrar grande parte do país.
Em seu relatório sobre os impactos socioeconômicos da guerra civil corrente no Sudão, a agência alertou que o conflito de 19 meses entre as Forças Armadas regulares e as Forças de Suporte Rápido (FSR) afetou gravemente a população.
O dossiê reiterou que “quase metade da população sudanesa — em torno de 26 milhões de pessoas — enfrentam hoje insegurança alimentar, com uma crise de fome ameaçando áreas consideráveis do país”.
O estudo confirmou também que o número de deslocados internos no Sudão excedeu 11 milhões de pessoas, como evidência dos impactos severos da atual conjuntura.
Cerca de metade da população urbana do Sudão sofre insegurança alimentar moderada a severa, destacou o relatório, à medida que apenas 20% dos lares urbanos usufruem, hoje, de índices relativamente adequados de segurança alimentar.
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O acesso à saúde também declinou drasticamente: níveis pré-guerra chegavam a 78% da população, contra apenas 15.5% de acesso médico após 19 meses.
O exército combate seus antigos aliados paramilitares, no golpe de Estado de outubro de 2021 desde abril do último ano, após divergências políticas e sobre a integração destes ao contingente regular.
Ambos os lados em conflito são denunciados por violações graves de direitos humanos.