Somalilândia vai às urnas na esperança de reconhecimento internacional

Eleitores na região autônoma de Somalilândia foram às urnas nesta quarta-feira (13) para eleger seu presidente, na esperança de angariar o reconhecimento formal da comunidade internacional após declarar sua independência da Somália em 1991.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Apesar de sua autonomia de facto, a Somalilândia — situada em uma posição estratégica de acesso ao Mar Vermelho — não tem reconhecimento até então de nenhum país, com pouco restrições de recursos e viagens a seus seis milhões de habitantes.

O governo estabelecido em Hargeisa espera concluir um acordo, pré-assinado em janeiro, com a Etiópia, para que esta obtenha acesso ao mar, em troca de reconhecimento formal de diplomacia.

O presidente Muse Bihi Abdi, no poder desde 2017, busca reeleição, contra seu principal opositor, Abdirahman Cirro. A votação estava prevista para 2022, mas deputados optaram por estender em dois anos o mandato de Bihi.

Os candidatos divergem em questões domésticas, porém, concordam no memorando de entendimento firmado com a Eitópia.

Conforme Mohamed A. Mohamoud, representante da Somalilândia no Quênia, o governo busca concluir o acordo após a eleição, independentemente dos resultados.

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O pacto amargou relações entre a Somália e a Etiópia, vizinho africano que contribui com tropas de paz em solo somali, contra extremistas ligados à antiga Al Qaeda. Neste mesmo contexto, Mogadishu se aproximou de Egito e Eritreia, rivais regionais da Etiópia.

Políticos na Somalilândia declararam também expectativa de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, seja eventualmente favorável à sua causa.

Para Mahamoud, há “esperanças de que o novo governo [de Trump] desafie algumas das políticas tradicionais americanas”. No primeiro mandato do extremista republicano, parte de seus assessores expressaram eventual apoio à Somalilândia.

Segundo Mahamoud, as eleições pluripartidárias são prova das credenciais democráticas da Somalilândia, em suposto contraste com a guerra civil que ainda assola o território ao leste, atribuído à Somália.

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