Um vídeo dos tumultos que incidiram à cidade de Amsterdã, na última semana, foi usado pelas grandes corporações de imprensa como uma suposta prova de ataques antissemitas. Contudo, há um problema: o vídeo mostra, na verdade, torcedores do clube israelense Maccabi Tel Aviv agredindo um cidadão holandês com barras de metal.
O uso capcioso deste vídeo é emblemático da falsa narrativa que trata toda e qualquer reação à violência israelense como antissemita. Hooligans do Maccabi Tel Aviv passaram dias, antes da partida com o Ajax, atacando pessoas e casas, destruindo bandeiras palestinas e entoando gritos racistas e genocidas pelas ruas. Neste contexto de violência e provocação, residentes de Amsterdã reagiram — em legítima autodefesa.
Algumas redes de imprensa, desde então, removeram o vídeo de suas plataformas online. No entanto, como mentiras prévias difundidas na imprensa corporativa sobre os incidentes de 7 de outubro, o fato de redes proeminentes como BBC, CNN e outras terem transmitido as imagens em pleno horário nobre denota danos já feitos em termos de percepção e compreensão do caso pelo público geral.
A definição do dicionário para antissemitismo é “hostilidade ou discriminação contra judeus como grupo racial ou religioso”. Os torcedores do Maccabi Tel Aviv, entretanto, não foram a Amsterdã para celebrar o Hanucá ou liam, nas praças, passagens do Torá. De fato, conduziam vandalismo e racismo nas vias públicas e alegar que seu comportamento é inerentemente judaico — isso sim — seria antissemita.
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