Quebrando um tabu controverso de longa data na sociedade israelense, Tel Aviv anunciou na sexta-feira o alistamento gradual de 7.000 judeus ultraortodoxos para o exército, com início previsto para este fim de semana, relata a Agência Anadolu.
De acordo com uma declaração do Ministério da Defesa, as ordens de recrutamento serão emitidas progressivamente, começando no domingo, após avaliações militares.
O Ministro da Defesa, Israel Katz, planeja manter discussões com as partes relevantes para buscar um acordo que ajude a integrar os judeus ultraortodoxos (Haredim) ao exército, respeitando suas práticas religiosas, acrescentou a declaração.
Katz enfatizou que o exército faria todos os esforços para garantir um ambiente de apoio, permitindo que os judeus religiosos cumpram seus deveres militares, preservando seu estilo de vida religioso.
No entanto, os detalhes de como esse processo se desenrolará ainda não estão claros.
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Esta decisão segue uma decisão da Suprema Corte de Israel em junho, que determinou a inclusão de judeus Haredi no recrutamento nacional, juntamente com outros cidadãos israelenses.
Apesar desta decisão, a comunidade ultraortodoxa historicamente se opôs ao serviço militar, afirmando que seu dever é estudar a Torá para salvaguardar a identidade judaica do povo israelense.
A população judaica Haredi em Israel compõe cerca de 13 por cento da população total do país de 9,9 milhões.
Historicamente, eles foram isentos do serviço militar, que é obrigatório para todos os israelenses com mais de 18 anos. Esta isenção gerou debate por décadas, com críticos argumentando que ela prejudica o princípio da igualdade no serviço nacional.
As tensões regionais se intensificaram devido à ofensiva em andamento de Israel na Faixa de Gaza, que custou a vida de mais de 43.700 pessoas, a maioria mulheres e crianças, desde outubro do ano passado.
O conflito também se espalhou para o Líbano, com Israel realizando ataques mortais por todo o país, marcando uma escalada após um ano de confrontos transfronteiriços entre Israel e o Hezbollah desde o início da guerra de Gaza.
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