Ausente e em crise, Israel implora apoio de líderes do G20 no Rio de Janeiro

Painéis do G20, no Rio de Janeiro, em 16 de novembro de 2024 [Emin Sansar/Agência Anadolu]

O novo ministro de Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, exortou neste domingo (17) que os países representados na 19ª cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, entre 18 e 19 de novembro, emitam uma declaração em apoio a sua guerra.

O G20 reúne nesta semana líderes das 19 maiores economias do mundo, além de União Europeia e União Africana, além de convidados como o António Guterres, secretário-geral Organização das Nações Unidas (ONU), e Kristalina Georgieva, chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Líderes da ocupação israelense, hostis à presidência brasileira de Luiz Inácio Lula da Silva — a quem declararam persona non grata por denúncias ao genocídio — não estão na lista de convidados.

Israel vive ainda uma crise de relações públicas e diplomacia sem precedentes, devido às violações em Gaza e no Líbano, sob sucessivas derrotas na arena internacional.

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O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia; seu premiê, Benjamin Netanyahu, tem um mandado de prisão solicitado pela promotoria da corte-irmã, na mesma cidade, o Tribunal Penal de Justiça (TPI).

O governo brasileiro apoia a denúncia sul-africana no TIJ, deferida em janeiro.

Saar, ainda assim, reivindicou o que descreveu como uma declaração “equilibrada e não-enviesada” por parte das principais economias globais, que devem debater, dentre outros assuntos, demandas por reforma nas estruturas de governança global.

Em mensagem no Twitter (X), Saar insistiu que a declaração final do G20 deve reconhecer o direito à “autodefesa” de Israel e condenar as ações de resistência do grupo Hezbollah, no Líbano, e Hamas, na Faixa de Gaza.

Segundo Saar, ministro do regime belicista, qualquer outro comunicado que não capitule a Israel “prejudicará a paz e a segurança” na região.

O G20 reúne no Rio diferentes líderes globais, incluindo os presidentes Joe Biden (Estados Unidos), Xi Jinping (China) e Emmanuel Macron (França), além de emissários convidados de países emergentes.

Em Gaza, as ações israelenses deixaram ao menos 43.800 mortos, sobretudo mulheres e crianças, além de 103 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco absoluto que engendrou uma catástrofe de fome sem precedentes.

Um dos pilares, conforme o governo brasileiro, de sua presidência no G20 é precisamente o combate à fome e à pobreza. Apesar das críticas, Lula ainda procrastina uma ruptura de relações com o Estado ocupante.

No sábado (16), apesar de chuva, uma manifestação de mais de dez mil pessoas tomou a orla de Copacabana em defesa dos direitos palestinos, às vésperas do G20.

Israel também deflagrou uma invasão por terra ao Líbano, contida até então por tropas do Hezbollah, além de bombardeios intensos desde meados de setembro. No Líbano, são ao menos 3.400 mortos e 14.400 feridos pelos ataques israelenses.

Há receios de uma propagação da guerra a uma escala regional.

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