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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

‘O mundo está pior’, diz Lula ao abrir G20 no Rio, sobre investimentos de guerra

Mesa de abertura do G20, no Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro, em 18 de novembro de 2024 [Tomaz Silva/Agência Brasil]
Mesa de abertura do G20, no Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro, em 18 de novembro de 2024 [Tomaz Silva/Agência Brasil]

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu a 19ª edição do G20, na cidade do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (18), ao lamentar as crescentes tensões e confrontos armados que assolam a arena global e lançar sua iniciativa pelo fim da fome.

O G20 reúne nesta semana líderes das 19 maiores economias do mundo, além de União Europeia e União Africana, além de convidados como o António Guterres, secretário-geral Organização das Nações Unidas (ONU), e Kristalina Georgieva, chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Pela primeira vez, o Brasil assumiu a liderança do G20, ao adotar três pilares para o fórum: combate à pobreza e à fome; desenvolvimento sustentável; e reformas nas estruturas de governança global.

“O mundo está pior”, advertiu Lula. “Temos o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e o maior número de deslocamentos à força já registrados”.

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Durante seus comentários, o líder brasileiro citou os índices da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) sobre a fome global, ao notar que, em 2024, ao menos 733 milhões de pessoas ainda sofrem de desnutrição.

“Colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma aliança global contra a fome e a pobreza”, reafirmou Lula. “Esse será nosso maior legado. Não se trata somente de fazer justiça. Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz”.

Lula notou que, diante de uma produção global de seis bilhões de toneladas de alimentos anualmente, é “inaceitável” os números do fome, com um gasto, em paralelo, de US$2.4 trilhões em investimentos militares.

O G20 carioca ocorre em um contexto de divergências Sul-Norte, em particular, em torno de reformas nos órgãos internacionais e tensões militares, com destaque para a invasão russa na Ucrânia e a agressão israelense em Gaza e no Líbano.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia da África do Sul deferida em janeiro.

O G20 reúne no Rio diferentes líderes globais, incluindo os presidentes Joe Biden (Estados Unidos), Xi Jinping (China) e Emmanuel Macron (França), além de emissários convidados de países emergentes.

Em Gaza, as ações israelenses deixaram ao menos 43.800 mortos, sobretudo mulheres e crianças, além de 103 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco absoluto que engendrou uma catástrofe de fome sem precedentes.

Segundo dados da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC), 86% da população de Gaza — 1.8 milhão de pessoas — sofre fome em nível 3 (crise) ou pior. Em nível 5 (catástrofe), são ao menos 133 mil pessoas, sobretudo no norte.

No sábado (16), apesar de chuva, uma manifestação de mais de dez mil pessoas tomou a orla de Copacabana em defesa dos direitos palestinos, às vésperas do G20.

Lula mantém críticas às ações de Israel e apoio à denúncia sul-africana em Haia — que o levaram a ser declarado persona non grata pelo Estado ocupante. Contudo, a despeito da pressão da sociedade civil, ainda procrastina uma ruptura de relações.

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