A polícia de Israel prendeu neste domingo (17) três israelense suspeitos de atirar bombas de efeito moral contra a residência pessoal do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no norte do país, reportou a agência de notícias Anadolu.
Dois aparatos explodiram nos jardins da casa de Netanyahu em Cesareia no sábado (16), sem deixar danos ou feridos. A residência estava vazia.
Segundo a rádio militar Kan, três israelenses foram detidos; contudo, sem detalhes sobre suas identidades. Os suspeitos não são tratados, não obstante, como “terroristas”.
Conforme o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth, um dos detidos é um brigadeiro-general da reserva israelense, ativo em protestos contra o governo nos últimos dois anos.
O incidente de sábado ocorreu quase um mês depois de um drone do movimento libanês Hezbollah atingir a mesma casa de Netanyahu, em Cesareia, em 19 de outubro. O premiê e sua família também não estavam em casa na ocasião.
Israel vive crise interna que antecede o genocídio em Gaza. No contexto da crise, todavia, manifestantes voltaram às ruas ao acusar o governo de negligenciar prisioneiros de guerra que permanecem no enclave há 13 meses, apesar da devastação militar.
Em Gaza, são 43.800 mortos e 103 mil feridos, sob campanha de punição coletiva desde outubro de 2023, quando militantes do Hamas cruzaram a fronteira e capturaram colonos e soldados.
O exército colonial alega 1.200 mortos na ocasião — número questionado, no entanto, por evidências de “fogo amigo” verificadas pelo jornal israelense Haaretz.
Desde então, uma brutal campanha de desinformação, desumanização e propaganda de guerra busca justificar as violações israelenses contra a população civil, junto a ataques diretos contra profissionais de imprensa.
Estagnado em Gaza, sob crise sem precedentes de diplomacia e relações públicas, Israel seguiu ao Líbano, com uma invasão terrestre deflagrada em 1º de outubro — contida até então pela resistência do Hezbollah.
Bombardeios intensos no país levantino, contudo, deixaram ao menos 3.200 mortos e 14 mil feridos, sobretudo nos últimos 45 dias.
Netanyahu tem ainda um mandado de prisão solicitado pela promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, junto de seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.
A escalada segue em desacato de resoluções por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas e ordens cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, onde Israel é réu por genocídio desde janeiro.
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