Ativistas na Jordânia mantêm uma greve de fome há quase 20 dias para reforçar apelos ao acesso de 500 caminhões humanitários que aguardam autorização israelense para entrar na Faixa de Gaza sitiada, incluindo obstrução por meio das pontes de Israel.
Os manifestantes reivindicam do governo da Jordânia — monarquia autocrata hachemita, do rei Abdullah II — a “utilizar todos os meios políticos e diplomáticos para pressionar o Estado da ocupação israelense a permitir o acesso humanitário a Gaza”.
A ação popular coincide com nova escalada militar de Israel no norte de Gaza, submetido a uma catástrofe de fome sem precedentes.
Os jovens ativistas na Jordânia esperam “emitir uma forte mensagem de solidariedade ao povo palestino”, ao reforçar a “demanda por ações urgentes”. Conforme os organizadores da greve de fome: “Indivíduos bastante jovens se juntaram a nós nos últimos dias”.
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Mohammed Awda, um dos rapazes em greve de fome, reiterou: “O aumento nos números de nossas fileiras deixa uma mensagem clara sobre a extensão do apoio popular a toda e qualquer opção viável para salvar aqueles sitiados até a morte em Gaza”.
O exército israelense, com cumplicidade internacional, mantém ataques indiscriminados a Gaza há 13 meses, com 44 mil mortos, 104 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco absoluto — sem comida, água ou medicamentos.
O governo da Jordânia, encabeçado por uma monarquia que mantém relações com Israel, vizinho direto da ocupação, vê-se sob rara pressão da sociedade civil, incluindo semanas de protestos nas mesquitas e em frente à embaixada israelense em Amã.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em 26 de janeiro. Estados que eventualmente colaborem com as violações israelenses podem ser julgados como cúmplices.
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