A municipalidade de Khan Younis, no sul de Gaza, advertiu no sábado (16) que, após uma semana de falta de combustível, devido ao cerco de Israel, mais de 1.2 milhão de pessoas sucessivamente deslocadas pela guerra ficaram sem água, ainda sob bombardeios.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em nota, advertiu a prefeitura: “Tamanha persistente interrupção no fluxo de combustível prejudicou gravemente os serviços básicos, incluindo a operação dos poços artesianos e das usinas de dessalinização, deixando ao menos 1.2 milhão de civis sem água potável ou adequada ao uso”.
A cidade alertou também para a suspensão das operações nas usinas de saneamento, ao observar para o risco de que o esgoto tome as ruas, levando a novos desastres de saúde e ambientais, incluindo propagação de doenças.
O governo local exortou ainda nações e organizações de direitos humanos a “intervir com urgência para dar fim à guerra israelense contra Gaza, que destruiu todos os aspectos da vida humana”.
Além disso, reivindicou de agências das Nações Unidas que “pressionem Israel a retomar a entrada de combustível, equipamentos essenciais e partes remanescentes, para evitar, portanto, o colapso total dos serviços públicos”.
Em Gaza, as ações israelenses deixaram ao menos 43.800 mortos, sobretudo mulheres e crianças, além de 103 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco absoluto que engendrou uma catástrofe de fome sem precedentes.
Segundo dados da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC), 86% da população de Gaza — 1.8 milhão de pessoas — sofre fome em nível 3 (crise) ou pior. Em nível 5 (catástrofe), são ao menos 133 mil pessoas, sobretudo no norte.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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