O presidente da China, Xi Jinping, reivindicou nesta segunda-feira (18), durante discurso à cúpula do G20 no Rio de Janeiro, “mais pontes de cooperação e menos cercas”, para que mais e mais países emergentes conquistem desenvolvimento e modernização.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Conforme o presidente, Pequim continuará a apoiar seus parceiros em desenvolvimento e aprofundar cooperação prática em áreas como redução da pobreza, segurança alimentar e economia digital.
Suas promessas foram corroboradas pelo Ministério de Relações Exteriores da China.
Xi reiterou um plano de oito passos de seu governo em apoio ao desenvolvimento global, conduzido em parceria com Brasil, África do Sul e União Africana, ao propor ainda o que descreveu como Iniciativa de Cooperação Internacional para Ciência Aberta.
Segundo o líder chinês, o intuito é ajudar o Sul Global a obter maior acesso a avanços em ciências, tecnologia e inovação.
Xi Jinping reafirmou ainda seu apoio à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, inaugurada na cúpula deste ano.
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Sobre o Plano de Ação Contra a Corrupção do G20, Xi ressaltou robustecer parcerias com países emergentes para repatriação de fugitivos e recuperação de recursos, assim como para desenvolver a capacidade de inteligência e policiamento em âmbito global.
A China, afirmou, está abrindo suas portas, sem prerrequisitos, a todos aos países menos desenvolvidos do mundo, que demandam assistência, incluindo medidas práticas como isenção total de tarifas e incentivos à produção e ao comércio.
“A história da China é prova suficiente de que países emergentes podem vencer a pobreza — de que um pássaro mais fraco pode voar alto, se há resiliência, perseverança e espírito indomável, capaz de fazer com que a água penetre as rochas com o tempo e transforme pequenos sinais em realidade”, observou o presidente.
“Se a China pôde fazê-lo, outros países em desenvolvimento também podem. É isso que a luta contra a pobreza em nosso país tem a dizer ao mundo”, acrescentou.
Xi ressaltou ainda que, como líderes das principais potências globais, os mandatários do G20 não podem “deixar que sua visão se obstrua por nuvens passageiras, mas devem sim assumir suas responsabilidades para com a história e para ir adiante”.
Segundo Xi Jinping, a China põe as pessoas no centro do debate de maneira que “sequer uma única região ou pessoa pobre deverá ser deixada para trás”.
O G20 reúne lideranças das 19 maiores economias do mundo, junto de União Europeia e União Africana, além de convidados como António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, e Kristalina Georgieva, chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI).
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A inédita liderança brasileira assumiu três pilares ao bloco: combate à pobreza e à fome; desenvolvimento sustentável; e reformas nas estruturas de governança global.
O G20 carioca ocorre em um contexto de divergências Sul-Norte, em particular, em torno de reformas nos órgãos internacionais e tensões militares, com destaque para a invasão russa na Ucrânia e a agressão israelense em Gaza e no Líbano.
O G20 coincidiu também com a ascensão do bloco dos Brics, fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, assim como um clima de incerteza sobre o protagonismo dos Estados Unidos na arena internacional, com o fim da presidência de Joe Biden e o retorno de Donald Trump à Casa Branca.