Gaza se tornou um ‘cemitério de crianças’, aponta diretor da UNRWA

A Faixa de Gaza se tornou um “cemitério” para crianças em meio aos implacáveis ataques de Israel, advertiu nesta quarta-feira (20) Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

A analogia se deu em comunicado oficial, para marcar o Dia Mundial das Crianças.

De acordo com Lazzarini, crianças de Gaza “estão sendo mortas, feridas, forçadas a fugir; privadas de sua segurança, educação e direito de brincar”.

Estão roubando sua infância e estamos prestes a perder toda uma geração, privada de mais um ano letivo.

Lazzarini destacou o compromisso da comunidade internacional, firmado há mais de três décadas, para respeitar os parâmetros da Convenção dos Direitos das Crianças: “Hoje, no entanto, os direitos das crianças palestinas são violados dia sim, dia também”.

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Seu comunicado, divulgado online, acompanhou uma foto de duas crianças visivelmente debilitadas vestindo farrapos. A imagem foi registrada em uma escola da UNRWA na Faixa de Gaza, convertida em abrigo para os deslocados.

Lazzarini reafirmou que as crianças da Cisjordânia ocupada também vive com ansiedade e pânico, devido à escalada de Israel.

Desde outubro [de 2023], ao menos 170 crianças foram mortas nos centros de detenção israelenses, enquanto muitas outras perdiam sua infância.

“A Palestina ocupada já não é mais um lugar para as crianças”, lamentou Lazzarini. “Elas merecem mais; elas merecem paz, justiça e um futuro melhor”.

Israel mantém ataques a Gaza desde outubro de 2023, com mais de 43.900 mortos, 104 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco militar absoluto, sem comida, água ou medicamentos. Entre as fatalidades, ao menos 16.700 são crianças.

Israel age em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de medidas cautelares por acesso humanitário do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde é réu por genocídio desde janeiro.

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