Ao menos 270 crianças permanecem nas cadeias da ocupação israelense, em condições de abuso, confirmou nesta quarta-feira (20) a Comissão de Assuntos dos Prisioneiros da Palestina, organização que monitora a pauta dos prisioneiros políticos.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em nota para marcar o Dia Mundial das Crianças, a organização reiterou que o índice, no entanto, ainda exclui menores abduzidos pelo exército israelense na Faixa de Gaza, cujos detalhes, incluindo paradeiro, continuam sem ser revelados.
A maioria das crianças, conforme a nota, permanece em custódia nos presídios de Ofer e Megiddo, além de campos de concentração estabelecidos pelas forças ocupantes desde sua deflagração da campanha em Gaza.
A comissão notou compilar testemunhos dos abusos israelenses, cometidos por guardas e carcereiros israelenses, contra crianças.
Crimes sistemáticos estão sendo conduzidos pela gestão prisional contra as crianças detidas, incluindo espancamento, tortura e abusos diários.
Em 7 de novembro deste ano, o parlamento israelense (Knesset) aprovou mais uma lei de natureza racista que autoriza às tropas coloniais prender menores de 14 anos.
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A legislação, com prazo de cinco anos, a ser renovado, permite às cortes que ordenem a prisão de crianças palestinas em regime fechado, sob alegações de “terrorismo”, usadas para criminalizar os aspectos de vida do povo nativo.
Ao fazer 14 anos, a criança seria então encaminhada a uma prisão comum, abonaram os representantes do legislativo israelense.
Israel mantém ataques a Gaza desde outubro de 2023, com mais de 43.900 mortos, 104 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco militar absoluto, sem comida, água ou medicamentos. Entre as fatalidades, ao menos 16.700 são crianças.
Na Cisjordânia ocupada, são 785 mortos, incluindo 165 crianças, além de 6.400 feridos e 11.700 novos detidos, em uma campanha arbitrária que dobrou a população carcerária palestina. Os índices excluem Gaza, cujos desaparecidos superam milhares.
Israel age em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de medidas cautelares por acesso humanitário do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde é réu por genocídio desde janeiro.
A mesma corte, em julho, reconheceu a ilegalidade da ocupação israelense, ao ordenar a evacuação imediata de colonos e soldados e reparações aos nativos.
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