O Iraque celebrou a decisão do Tribunal Penal Internacional (TIJ), radicado em Haia, desta quinta-feira (21), por ordens de prisão ao premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, ao descrevê-la como “histórica e justa”.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
O porta-voz Basim al-Awadi reiterou que o governo em Bagdá “dá valor à postura corajosa e justa tomada pelo Tribunal Penal Internacional, em emitir mandados de prisão contra o governo sionista e seu ex-ministro da defesa”.
“Esta decisão histórica reafirma que, não importa o quanto a persista e tente prevalecer a opressão, a justiça e a verdade sempre a impedirá de dominar o mundo”, observou Awadi. “Esta medida é uma reparação ao sangue de inocentes e mártires que pereceram durante a guerra genocida travada por Israel há mais de um ano, em Gaza e no Líbano”.
Awadi ressaltou as reivindicações de seu país pelo fim dos massacres israelenses e urgiu “as nações livres do mundo a acatar a decisão e levar os acusados às cortes relevantes, para responsabilizá-los por suas violações flagrantes contra a humanidade”.
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Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há 13 meses, com 44 mil mortos, 104 mil feridos e dois milhões de desabrigados. A guerra de extermínio se expandiu ao Líbano, em setembro, com quatro mil mortos, 15 mil feridos e um milhão de deslocados.
O Iraque é considerado uma das “frentes inimigas” de Israel, pela presença de grupos de resistência — sobretudo xiitas ligados ao Irã — que mantém disparos esporádicos a Israel em solidariedade efetiva à Faixa de Gaza.
As ordens de prisão se somam à inédita crise de relações públicas e diplomacia vivida por Israel, réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, desde janeiro, sob denúncia sul-africana.
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A mesma corte, em julho, determinou a ilegalidade da ocupação nos territórios de 1967 — Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental —, ao orientar evacuação imediata de soldados e colonos e reparações aos palestinos nativos.
Em setembro, a consulta evoluiu a resolução, deferida por ampla maioria, da Assembleia Geral das Nações Unidas, como medida de estreia do Estado da Palestina em plenária — com novos direitos adquiridos —, com prazo de um ano para ser implementada.