O Centro de Estudos Palestinos (Cepal), da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), realizará o seminário internacional “Racismo, colonialismo e genocídio na Palestina”, entre 26 e 28 de novembro.
O evento — sob curadoria de Arlene Clemesha (USP), Bruno Huberman (PUC–SP), Everaldo Andrade (USP) e Muna Odeh (UnB) — reunirá professores e pesquisadores de todo o Brasil e além, com sete mesas distintas.
Os debates serão conduzidos no Anfiteatro Fernand Braudel, no Departamento de História, na Cidade Universitária — Av. Lineu Prestes, 338.
O seminário conta com apoio da rede global Common Action Forum (CAF), da Associação Nacional de História (ANPUH-SP), da Rede Universitária de Solidariedade ao Povo Palestino, do Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais da PUC–SP (GECI) e do projeto de mídia independente Opera Mundi.
Entre os convidados, para debater a conjuntura trágica na Faixa de Gaza, está Shahd Shafi, jornalista e sobrevivente do genocídio em curso, que deve tratar de sua experiência, além de intelectuais e lideranças brasileiros e internacionais.
A programação tem início na terça-feira (26), às 19 horas, com uma mesa sobre “As relações árabe-judaicas ontem e hoje”, com mediação de Arlene Clemesha.
Participam Muna Odeh, professora da Universidade Nacional de Brasília (UnB), nascida em Jerusalém; Iara Haaz, do coletivo antissionista Vozes Judaicas por Libertação; e Ahmad Sa’di, cientista político palestino da Universidade Ben-Gurion do Negev (Naqab).
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Na quarta-feira (27), haverá três mesas, a começar por “O ‘novo antissemitismo’ no espelho: racismo, islamofobia e censura da crítica a Israel”, às 14 horas.
Estarão presentes o Breno Altman, editor do portal Opera Mundi, jornalista de raízes judaicas; Bruno Huberman, judeu antissionista e professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC–SP); e Francirosy Barbosa, antropóloga da USP.
O debate será mediado por Isadora Szklo, do Vozes Judaicas por Libertação.
A seguir, às 16 horas, o tema será “A configuração atual da resistência palestina e o papel do Brasil”, com mediação de Natália Nahas Carneiro, pesquisadora da USP.
Participarão Rula Shadid, codiretora do Instituto Palestino de Diplomacia Pública (PIPD); Andressa Oliveira Soares, do Comitê Nacional Palestino da campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BNC–BDS); Arturo Hartman, do Centro Internacional de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade Federal de Sergipe (CEAI–UFS); e Isabella Agostinelli, doutora em Relações Internacionais e pesquisadora da PUC–SP.
Às 19 horas, haverá a mesa “Guerra no Oriente Médio: Origens e perspectivas regionais”, com mediação de Aminah Haman, da USP.
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Estarão presentes Tariq Dana, professor e pesquisador em Estudos Humanitários e de Conflitos da Universidade de Doha, no Catar; José Arbex, escritor e professor de jornalismo da PUC–SP; Osvaldo Coggiola, historiador argentino e professor de História Contemporânea na USP; e Salem Nasser, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No dia seguinte, quinta-feira (28), às 14 horas, o tema será “A questão judaica diante do genocídio em Gaza”, com mediação de Everaldo Andrade.
Estarão na mesa Alberto Handfas, professor de Economia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Juliana Muniz, do Vozes Judaicas por Libertação; Samuel Kilsztajn, nascido em Jaffa, na Palestina histórica, professor de Economia Política da PUC–SP; e Jana Silverman, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC).
Às 16 horas, será a vez de “A identidade palestina e o genocídio na mídia”, com mediação de Michel Sleiman, escritor, tradutor e professor de Literatura Árabe da USP.
O assunto será abordado por Shahd Safi, jornalista e sobrevivente do genocídio israelense na Faixa de Gaza; além de Heloísa Villela, jornalista e comentarista de Política Internacional do portal ICL Notícias; e Soraya Misleh, jornalista palestino-brasileira, filha de sobreviventes da Nakba, ou “catástrofe”, de 1948, autora e pesquisadora da USP.
A mesa de encerramento, às 19 horas, terá o tema “Pensar a Palestina após Gaza”, com retorno de Ahmad Sa’di, Shahd Safi, Rula Shadid e Tariq Dana, além da presença da historiadora Arlene Clemesha e mediação de Bruno Huberman.
Trata-se de um dos primeiros eventos do Cepal, inaugurado em 16 de outubro deste ano, para sanar a lacuna sobre a questão palestina na academia brasileira, sobretudo no contexto do genocídio em Gaza, em curso desde outubro de 2023.
Em Gaza, os bombardeios indiscriminados de Israel deixaram ao menos 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados em 13 meses, apesar de pressão internacional e manifestações de massa ao longo do ano.
As ações levaram Israel ao banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
Para se inscrever no seminário “Racismo, colonialismo e genocídio na Palestina”, acesse a página do Centro de Estudos Palestinos (Cepal) e preencha suas informações.
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