Agências alertam sobre piora de crise humanitária e de deslocados entre Líbano e Síria

Entidades humanitárias advertiram nesta sexta-feira que é urgente um cessar-fogo no Líbano para interromper a escalada de violência em meio à piora da catástrofe para os civis expostos a ataques intensos e incursões terrestres de Israel.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, pediu o apoio da comunidade internacional ao país com fundos para ajudar os afetados, incluindo os que fugiram para a Síria e outros lugares.

Escalada dos confrontos no Líbano

As últimas semanas registraram ataques que causaram o maior número de mortes e danos em décadas no Líbano. No total, o conflito já provocou mais de 3,5 mil mortes, 15 mil feridos e cerca de 1,3 milhão de afetados e deslocados.

Dois meses após a escalada dos confrontos no Líbano, o impacto se reflete em desafios de proteção e no alto risco enfrentado por pessoas vulneráveis.

Nesta sexta-feira, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, anunciou que a situação em território libanês é uma das mais que mais influencia o agravamento da “fome catastrófica” enfrentada na Faixa de Gaza.

Insegurança alimentar aguda

Ao apresentar o Panorama Global de 2025, a agência ressalta a piora da já terrível situação no Oriente Médio. Em Gaza, por exemplo, cerca de 91% da população sofre de insegurança alimentar aguda, sendo que 16% em condições catastróficas.

LEIA: Israel bombardeia a Síria, deixa 15 mortos, segundo informações

A Organização Mundial da Saúde, OMS, sublinha a natureza do conflito particularmente destrutivo para o setor em terras libanesas.

A estimativa é que 230 profissionais de saúde perderam a vida desde 8 de outubro do ano passado e foram vitimados em 47% dos ataques. Nesses atos morreu pelo menos um funcionário do setor ou paciente, numa proporção maior do que em qualquer outro conflito ativo.

A agência sublinha que os números revelam mais uma vez um padrão extremamente preocupante de privação do acesso de civis aos cuidados essenciais onde os provedores de saúde são atingidos, em violação ao direito internacional humanitário. A OMS recorda ainda a proibição do uso de instalações de saúde para fins militares.

Socorro aos deslocados

Cerca de 10% dos hospitais deixaram de operar ou reduziram os serviços durante o conflito. A OMS apoia a oferta de artigos para prestar socorro aos deslocados em mais de mil abrigos coletivos e entrega remédios essenciais a centros de saúde, farmácias e bancos de sangue.

Cerca de 560 mil pessoas foram deslocadas para a Síria em busca de refúgio. Milhares continuam atravessando as fronteiras a pé, incluindo crianças, idosos e pessoas com deficiência.

LEIA: Guerra cibercinética: explosão de pagers e lições estratégicas para o Paquistão

A Cruz Vermelha juntou-se ao coro de agências das Nações Unidas destacando que a proteção dos trabalhadores humanitários no Líbano é agora mais crucial do que nunca.

A instituição revelou que vários dos seus voluntários sofreram ferimentos e 14 veículos foram danificados. O pedido central é por acesso seguro e desimpedido para as equipes médicas no Líbano e em Gaza.

Publicado originalmente em ONU News

Sair da versão mobile