O novo ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou nesta segunda-feira (25) planos intensivos para promover obras de construção de uma cerca na fronteira com a Jordânia, reportou a imprensa local.
Seus comentários foram proferidos durante visita à sede do Comando Central do exército israelense em Jerusalém ocupada, segundo informações da agência Anadolu.
Katz substituiu o general reformado Yoav Gallant, no mês passado, sob divergências deste com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Apelos por um novo muro segregacionista na fronteira ganharam tração desde setembro, quando um ataque na ponte de Allenby — que liga a cidade de Jericó, na Cisjordânia, ao território hachemita — deixou três colonos mortos, além de um suspeito jordaniano.
Em 18 de outubro, outro incidente, ao sul do Mar Morto, feriu dois soldados coloniais, que executaram sumariamente dois suspeitos também identificados como jordanianos.
A Jordânia por sua vez vive pressão interna à medida que a população reivindica apoio do governo — que detém relações com Israel — ao povo palestino, vitimado por genocídio na Faixa de Gaza e pogroms coloniais sionistas na Cisjordânia e em Jerusalém.
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Em meio à escalada, incitada por chamados de ministros israelenses por anexação ilegal de terras árabes, o ministro da Energia Eli Cohen alegou que “com a infiltração de ilegais, contrabando de armas e ações hostis, [é preciso] acelerar a construção de uma cerca na região de fronteira, similar àquela na fronteira com o Egito”.
No início de setembro, o premiê israelense Benjamin Netanyahu corroborou intenções de construir o muro.
Segundo a televisão israelense, Katz prometeu trabalhar “bem rapidamente” em nome da suposta segurança de fronteira, à medida que “Teerã [supostamente] busca apoiar ações hostis contra Israel na Cisjordânia”.
Nenhum dos líderes israelenses apresentou provas às alegações, tampouco garantias de que as novas obras coloniais não incorram em maior expropriação de terras.
A fronteira entre Jordânia e a Palestina histórica — incluindo Cisjordânia e o território hoje considerado Israel — se estende por 335 km de extensão, com três travessias de fronteira: Sheikh Hussein, Allenby Bridge e Wadi Araba.
As travessias operam esporadicamente, sobretudo no contexto do cerco em Gaza.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há 13 meses, com 44 mil mortos e 105 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados sob sítio militar absoluto — sem comida, água, energia elétrica ou medicamentos.
Na Cisjordânia e em Jerusalém, ataques de colonos e soldados se intensificaram, com ao menos 790 mortos, 6.250 feridos e 11 mil palestinos presos arbitrariamente, além de uma onda de pogroms contra cidades e aldeias.
As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeira.
A mesma corte reconheceu em julho, em decisão histórica, a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia e Jerusalém, ao ordenar evacuação imediata de colonos e soldados, além de reparações aos nativos.
A recomendação de Haia, em setembro, evoluiu a resolução aprovada por maioria de dois terços da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com prazo de um ano para ser implementada.