Autoridades da ocupação israelense detiveram ao menos 435 mulheres na Cisjordânia — incluindo Jerusalém Oriental — desde a deflagração de seu genocídio em curso em Gaza sitiada, em outubro de 2023.
Um relatório emitido nesta segunda-feira (25) pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinos — ong que monitora a pauta dos prisioneiros políticos —, para marcar o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, reiterou, porém, que não há estimativa clara do número de palestinas detidas na Faixa de Gaza, muitas delas desaparecidas em campos de detenção, sob condições críticas.
“As mulheres palestinas enfrentam hoje a fase mais sangrenta da história do conflito com a ocupação, incluindo a continuidade do genocídio, além de diversas violações graves e crimes sem precedentes, como a escalada nas detenções e ataques variados, até mesmo violência sexual”, alertou o relatório.
O dossiê confirmou que, desde o início da campanha em Gaza, com a escalada militar e a onda de pogroms coloniais na Cisjordânia, forças israelenses intensificaram a campanha sistemática de prisão contra mulheres e meninas palestinas.
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Mulheres sequestradas, reiterou a ong, são mantidas em custódia como reféns, no intuito de coagir membros da família a se entregarem à ocupação. A política é uma violação clara e endêmica ampliada no presente contexto, atingindo esposas, filhas e mães, com idades de até 70 anos.
O relatório corroborou ainda que o exército ocupante mantém captura ilegal de mulheres de Gaza, incluindo menores e idosas, aglomeradas em campos de concentração de facto, como a penitenciária de Damon.
A ong observou, no entanto, que diante da crise de desaparecimento à força, imposta por Israel, não há dados definitivos sobre o número de prisioneiros e prisioneiras.
Em Damon, contudo, estima-se quatro mulheres palestinas atualmente em custódia, em condições precárias devido a isolamento à força, espancamentos e falta de alimentos ou outros insumos básicos a sua sobrevivência.
Segundo a ong, até o início de novembro, havia ao menos 3.443 palestinos nas cadeias de Israel sob detenção administrativa — sem julgamento ou mesmo acusação —, incluindo 31 mulheres, entre as quais, jornalistas, advogadas, ativistas e estudantes.
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