Ministro israelense pede ‘redução pela metade’ da população de Gaza

Bezalel Smotrich, ministro das Finanças de Israel, reiterou nesta segunda-feira (25) seus apelos pela ocupação da Faixa de Gaza sitiada, com a redução da população nativa “pela metade, dentro de dois anos”, reportou a imprensa local.

As novas declarações de caráter genocida do ministro extremista se deram em reunião de seu partido Sionismo Religioso, confirmou o jornal Israel Hayom.

Smotrich prometeu a correligionários “reduzir o número de residentes palestinos da Faixa de Gaza pela metade, dentro de dois anos”, menos de uma semana após reivindicar plena ocupação do norte de Gaza, em detrimento da lei internacional.

“Para trazer os reféns [de Gaza]”, disse Smotrich, após 13 meses de fracassos militares na pauta, “devemos ocupar inteiramente o norte de Gaza e informar o Hamas que, caso não os devolvam, ficaremos lá para sempre e tomaremos um terço de seu território”.

Pesquisadores e ativistas descrevem Gaza como a maior prisão a céu aberto do planeta, sob cerco contínuo há 18 anos, agravado desde outubro último como medida de punição coletiva e extermínio contra os 2.4 milhões de civis radicados no enclave.

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“No fim do dia, teremos completa liberdade de ação na Faixa de Gaza e não aceitaremos um acordo que não vale o papel em que está escrito”, declarou o ministro.

Smotrich está dentre os ministros que ameaçam implodir o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu caso este aceite as reivindicações das ruas por um acordo de troca de prisioneiros, incluindo cessar-fogo em Gaza.

Analistas observam que Netanyahu nega um acordo em causa própria, sob apreensão de que o colapso de seu gabinete culmine em sua prisão por corrupção, nos três processos que enfrenta no judiciário israelense.

Em Gaza, são 44 mil mortos e 105 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados sem comida, água, energia elétrica ou medicamentos.

Smotrich é um dos líderes coloniais por trás a escalada nas terras ocupadas de Jerusalém e Cisjordânia, incluindo pogroms contra cidades e aldeias, com 790 mortos, 6.250 feridos e 11 mil palestinos presos arbitrariamente.

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Neste contexto, Smotrich busca promover o que descreve como “Grande Israel” — projeto expansionista que preconiza a anexação ilegal não somente de Gaza e Cisjordânia, como territórios desde o rio Nilo, no Egito, ao Eufrates, no Iraque.

As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeira.

A mesma corte reconheceu em julho, em decisão histórica, a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia e Jerusalém, ao ordenar evacuação imediata de colonos e soldados, além de reparações aos nativos.

A recomendação de Haia, em setembro, evoluiu a resolução aprovada por maioria de dois terços da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com prazo de um ano para ser implementada.

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