O Papa Francisco condenou nesta segunda-feira (25) o que descreveu como a “arrogância dos ocupantes” na Palestina e na Ucrânia, uma semana depois de abordar as acusações de genocídio contra Israel.
Durante evento no Vaticano para celebrar o 40º aniversário do tratado de paz entre Chile e Argentina, Francisco falou dos “conflitos armados em curso” e o “sofrimento imenso” que eles causam.
“Recordo dois enormes fracassos da humanidade hoje: Ucrânia e Palestina, onde a dor é sem tamanho e a arrogância do ocupante impede o diálogo”, afirmou o pontífice a líderes religiosos e diplomatas presentes, em um pronunciamento improvisado.
Francisco voltou a condenar o comércio de armas, ao aludir à “hipocrisia de falar de paz enquanto se trava a guerra”.
Para ele, o diálogo deve ser a essência da comunidade internacional.
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Francisco costuma oferecer orações aos civis de Gaza e da Ucrânia, além de rogar pela soltura dos colonos e soldados capturados pelo movimento Hamas em outubro de 2023, em uma ação transfronteiriça cuja retaliação israelense matou 44 mil pessoas.
Em 14 de novembro, Francisco recebeu 16 ex-reféns israelenses no Vaticano.
Na semana passada, o líder católico admitiu que a comunidade internacional deve olhar para a possibilidade de que a campanha israelense em Gaza constitua genocídio, em uma de suas críticas mais explícitas ao Estado ocupante em um ano.
Em seu novo livro, Esperança, Francisco disse: “Segundo alguns especialistas, o que está acontecendo em Gaza tem as características de genocídio”.
Trechos foram publicados neste domingo (23) pelo jornal italiano La Stampa, à véspera do lançamento na próxima terça-feira, 3 de dezembro.
Em setembro, ao alertar que Tel Aviv excedeu as regras da guerra, declarou Francisco: “Os ataques de Israel em Gaza e no Líbano são imorais e desproporcionais”.
Seu mandato representa a primeira vez que a Igreja Católica Apostólica Romana, por meio de sua liderança e seus sermões, condena publicamente as políticas adotadas por Israel na Palestina ocupada.