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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

‘Acordo com Hezbollah não apaga a vergonha’, afirma ex-premiê de Israel

Ex-primeiro-ministro e chefe da oposição israelense Yair Lapid, em Tel Aviv, 18 de maio de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Yair Lapid, ex-primeiro-ministro e chefe da oposição israelense, afirmou nesta terça-feira (26) que um acordo de cessar-fogo com o grupo Hezbollah “não apagará a vergonha” dos fracassos do governo de seu adversário político, Benjamin Netanyahu.

As informações são da rede de notícias Al Jazeera.

“Um acordo para devolver todos os reféns e cidadãos a suas casas deve ser alcançado”, admitiu Lapid, ao sugerir que o acordo no Líbano se estenda a Gaza, incluindo uma troca de prisioneiros. “O governo israelense foi arrastado a um cessar-fogo e, de fato, fracassou em transformar vitórias militares em conquistas políticas”.

Um cessar-fogo com o Hezbollah — tomado por dúvidas — entrou em vigor às 4h00 locais (2h00 GMT; 23h00 no horário de Brasília).

O acordo prevê recuo de Israel ao sul, do Hezbollah ao norte e envio do exército regular do Líbano para monitorar o processo. A ideia é que, dentro de 60 dias, deslocados de ambos os lados voltem a suas comunidades na região de fronteira.

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Apesar do aparente avanço diplomático — sem a presença direta do grupo libanês —, Tel Aviv manteve ataques intensivos ao Líbano horas antes do anúncio.

Na segunda-feira (25), enquanto o acordo era prenunciado por líderes ocidentais, ataques israelenses deixaram ao menos 55 mortos e 160 feridos em solo libanês, elevando baixas a 3.823 mortos e 15.859 feridos — sobretudo nos últimos 45 dias.

Estima-se ao menos 1.32 milhão de libaneses deslocados à força.

O cessar-fogo sucede 14 meses de troca de disparos entre Tel Aviv e Hezbollah através da fronteira, além de quase dois meses de invasão israelense por terra ao Líbano, contida, no entanto, pela resistência libanesa.

As ações são punição coletiva a uma operação transfronteiriça do grupo palestino Hamas que capturou cerca de 200 soldados e colonos. Desde então, a ofensiva israelense falhou no resgate.

O exército colonial alega ainda que a incursão palestina incorreu em 1.200 mortes, índice, no entanto, sob escrutínio, após o jornal israelense Haaretz divulgar evidências de “fogo amigo”, com ordens gravadas de comandantes militares para atirar em reféns.

Em Gaza, são 44 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados sitiados, sem comida, água ou medicamentos.

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Os massacres contra os palestinos de Gaza levaram a uma crise de diplomacia e relações públicas sem precedentes na história da ocupação israelense, além da protestos internos contra o governo.

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Na última quinta-feira (21), o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, após seis meses de análise, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, pelos crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

Netanyahu é acusado de sabotar um eventual acordo de cessar-fogo em Gaza sob receios do colapso de seu governo de extrema-direita, fim de sua carreira política e mesmo prisão por corrupção, nos três processos em curso no judiciário israelense.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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