Israel falhou em conquistar seus objetivos no Líbano, afirma Ben-Gvir

Israel fracassou em conquistar seus objetivos de guerra no Líbano, disse Itamar Ben-Gvir, ministro de Segurança Nacional de Israel, após entrar em vigor um cessar-fogo, mediado por Estados Unidos e França, com o grupo Hezbollah, nesta quarta-feira (27).

“O principal objetivo da guerra era devolver os israelenses a suas casas no norte”, afirmou Ben-Gvir. “Para que deixássemos o Líbano, deveríamos obter um cinturão de segurança, pois já vimos antes que não podemos confiar em ninguém senão nós mesmos”.

O acordo prevê recuo de Israel ao sul, do Hezbollah ao norte e envio do exército regular do Líbano para monitorar o processo. A ideia é que, dentro de 60 dias, deslocados de ambos os lados voltem a suas comunidades.

Na última quinta-feira (21), Ben-Gvir, chefe do partido supremacista Otzma Yehudit (Poder Judeu), ameaçou deixar a coalizão do governo israelense em caso de acordo.

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Apesar do aparente avanço diplomático — sem a presença direta do grupo libanês —, Tel Aviv manteve ataques intensivos ao Líbano horas antes do anúncio.

Na segunda-feira (25), enquanto o acordo era prenunciado por líderes ocidentais, ataques israelenses deixaram ao menos 55 mortos e 160 feridos em solo libanês, elevando baixas a 3.823 mortos e 15.859 feridos — sobretudo nos últimos 45 dias.

Estima-se ao menos 1.32 milhão de libaneses deslocados à força.

O cessar-fogo sucede 14 meses de troca de disparos entre Tel Aviv e Hezbollah através da fronteira, além de quase dois meses de invasão israelense por terra ao Líbano, contida, no entanto, pela resistência libanesa.

A escalada, com receios de uma guerra regional, coincide com o genocídio israelense em Gaza, desde outubro de 2023, com mais de 44 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco absoluto — sem comida, água ou medicamentos.

Não há indicativo de que o acordo no Líbano se estenda a Gaza.

As ações de Israel seguem em desacato a ordens cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde o Estado ocupante é réu por genocídio desde janeiro.

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