O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foragido internacional, afirmou nesta terça-feira (26) estar disposto a implementar o acordo de cessar-fogo com o grupo libanês Hezbollah, mediado por Estados Unidos e França, mas prometeu “responder com força a qualquer violação”.
Em discurso televisionado, Netanyahu confirmou apresentar a proposta a seus ministros, à espera de aprovação do gabinete de segurança.
O acordo entrou em vigor às 4h00 locais (2h00 GMT; 23h00 no horário de Brasília), sob três prerrogativas: retirada das forças israelenses para além da fronteira; recuo das forças do Hezbollah ao norte do rio Litani; e envio de tropas do exército regular libanês à região sul, para monitorar a adesão das partes.
Apesar do aparente avanço diplomático — sem a presença direta do grupo libanês —, Tel Aviv manteve ataques intensivos ao Líbano horas antes do anúncio.
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Na segunda-feira (25), enquanto o acordo era prenunciado por líderes ocidentais, ataques israelenses deixaram ao menos 55 mortos e 160 feridos em solo libanês, elevando baixas a 3.823 mortos e 15.859 feridos — sobretudo nos últimos 45 dias.
Estima-se ao menos 1.32 milhão de libaneses deslocados à força.
Hassan Fadlallah, deputado libanês, membro da ala política do Hezbollah, advertiu que o país enfrentou “horas perigosas e sensíveis”.
Israel Katz, ministro da Defesa de Israel, declarou na terça-feira que seu regime assumirá uma política de “tolerância zero” a qualquer suposta infração, ao incitar dúvidas de que o acordo perdure.
Não há tampouco qualquer indicação de que a trégua no Líbano incorrerá em cessar-fogo em Gaza, sob genocídio israelense desde outubro de 2023, com mais de 44 mil mortos e 105 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
As ações de Israel na Faixa de Gaza, com apoio ocidental, seguem em desacato a ordens cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde o Estado de apartheid é réu por genocídio sob denúncia sul-africana desde janeiro.
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