Guerra de Israel à economia palestina dizima setor privado, com perdas de US$8 bi

As perdas do setor privado palestino chegaram a US$8 bilhões nos últimos 14 meses, em meio ao genocídio israelense contra a Faixa de Gaza sitiada e violência colonial crescente na Cisjordânia ocupada, reportou um novo relatório, divulgado nesta quinta-feira (28), do Escritório Central de Estatísticas da Palestina — isto é, o censo do país.

Os números corroboram a queda massiva na produção e os danos extensos a recursos e propriedades, por conta das ações israelenses, nos territórios palestinos ocupados.

A devastação da economia palestina é mais evidente no setor de construção civil na Faixa de Gaza, levado à suspensão total. Não resta em Gaza nenhum trabalhador da área ainda empregado, para além da falta de materiais básicos de reconstrução.

Na Cisjordânia, submetida a pogroms conduzidos por colonos ilegais israelenses, estima-se que mais da metade de todas as obras também pararam.

O campo industrial, certa vez pilar da independência econômica da Palestina, permanece bastante deteriorado, com fábricas em Gaza destruídas ou inoperantes.

A produção do setor privado desabou em 55% em toda a Palestina, ao longo de 2024, com 84% em Gaza e 51% na Cisjordânia. Construção civil, em particular, teve queda de 60%, com interrupção total em Gaza e 56% na Cisjordânia.

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A indústria vivenciou queda de 56%, com 52% na Cisjordânia e 86% em Gaza; comércio e serviços sofreu queda de 54%, com 78% em Gaza e 51% na Cisjordânia.

As taxas de emprego refletem a devastação econômica, com queda de 24% no país como um todo — 82% em Gaza e 20% na Cisjordânia.

A destruição sistemática dos alicerces da economia palestina constituem um padrão de guerra colonial e econômica conduzida pelo Estado ocupante há mais de sete décadas. Mesmo antes do genocídio, Israel mantinha restrições ilegais à indústria palestina.

Ainda assim, no contexto prévio, a indústria conseguia prover um terço da produção, com outro texto fornecido pelo comércio interno. O setor de serviços, como finanças e seguro, compreendia o restante.

Transporte e construção civil já sofriam com a ocupação, particularmente vulneráveis ao controle e à exploração colonial.

Os números se somam à devastação de infraestrutura civil em Gaza, para além dos 44 mil mortos e dois milhões de desabrigados, assim como destruição de terras produtivas, por colonos extremistas, na Cisjordânia e em Jerusalém.

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