Israel demole 1.500 estruturas na Cisjordânia em 2024, confirma ONU

O exército de Israel demoliu mais de 1.500 estruturas palestinas na Cisjordânia ocupada desde janeiro deste ano, resultando no deslocamento de 3.600 pessoas e afetando outras 164 mil, reportou a Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo dados do OCHA — Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários —, de 1º de janeiro a 29 de novembro, forças da ocupação destruíram 1.528 estruturas, entre as quais 700 casas habitadas, 118 desabitadas e 398 instalações agrárias.

As demolições tiveram como alvo comunidades vulneráveis, ao deslocar 3.637 pessoas e afetar outras 163.769.

A área mais atingida foi o campo de refugiados de Tulkarem, no norte da Cisjordânia, com 171 estruturas demolidas, seguido por Nur Shams, com ao menos 118 demolições, então Jenin, Jericó e outras.

O governo israelense alega conduzir as demolições pois as estruturas carecem de alvará emitido pela ocupação. Para os palestinos sob apartheid, contudo, conseguir os alvarás é quase impossível, em meio a uma política que favorece assentamentos ilegais.

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As demolições na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas, além de pogroms realizados por colonos e soldados contra palestinos nativas, se intensificaram no contexto do genocídio em Gaza, com 44 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia, são mais de 800 mortos, 6.600 feridos e 11 mil presos em uma campanha de massa que dobrou a população carcerária palestina. A maioria dos detidos permanece em custódia sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.

As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

A mesma corte reconheceu em julho, em decisão histórica, a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia e Jerusalém, ao ordenar evacuação imediata de colonos e soldados, além de reparações aos nativos.

A recomendação de Haia, em setembro, evoluiu a resolução aprovada por maioria de dois terços da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com prazo de um ano para ser implementada.

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