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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Palestinos denunciam decisão israelense de remover alto-falantes das mesquitas

Soldados israelenses nos arredores da Mesquita Abraâmica (Túmulo dos Patriarcas), na cidade de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, em 3 de outubro de 2024 [Mamoun Wazwaz/Agência Anadolu]

Palestinos denunciaram uma decisão do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, conhecido por posições racistas e inflamatórias, de confiscar alto-falantes das mesquitas situadas em cidades e aldeias majoritariamente árabes no território designado Israel, reportou a agência Anadolu.

Ben-Gvir se vangloriou no sábado (30) de apreender alto-falantes das mesquitas, usados nas preces, ao descrevê-los como “fonte de perturbação”.

Em nota publicada neste domingo (1°), o Conselho Nacional Palestino condenou a ação como um “crime” perpetrado contra a liberdade de crença.

“Esta é uma gritante agressão contra localidades santas e práticas religiosas, protegidas pela lei humanitária internacional, além de flagrante tentativa de entrincheirar o racismo [de Israel]”, declarou o órgão executivo palestino.

“Tais práticas constituem um ato de intimidação contra os verdadeiros donos da terra, os quais o governo ocupante busca marginalizar e tratar como mera minoria, após deslocar à força a vasta maioria deles, de suas casas e terras”, acrescentou.

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O movimento Hamas, radicado em Gaza, por sua vez, caracterizou a decisão de Ben-Gvir como “crime grave e ataque à liberdade de culto”, ao exortar o povo palestino a “agir para impedir as autoridades ocupantes de violar nossos santuários e práticas de fé”.

O Hamas reivindicou ainda da Liga Árabe, a Organização para Cooperação Islâmica (OCI) e outras organizações internacionais a “condenarem este crime; agirem para dar cabo das violações da ocupação contra nosso povo; e responsabilizarem suas lideranças por seus crimes contra lugares santos e a população civil”.

Ben-Gvir intensificou sua retórica supremacista em paralelo ao genocídio israelense em Gaza, com 44 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

O ministro pede a execução sumária de palestinos detidos para gerir a superlotação das cadeias, causada por uma campanha que dobrou o número de nativos encarcerados pela ocupação. Para Ben-Gvir, a pena capital seria uma “solução parcial”.

Além disso, é um dos ministros israelenses que reivindica publicamente a anexação total da Cisjordânia e reestabelecimento dos assentamentos ilegais em Gaza.

Ben-Gvir sugere também a demolição da Mesquita de Al-Aqsa, terceiro lugar mais sacro para os muçulmanos, além de Patrimônio da Humanidade, para dar lugar a uma suposta sinagoga da Antiguidade.

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O ministro mantém ainda firme oposição a acordos de troca de prisioneiros entre Israel e Hamas ou cessar-fogo em Gaza, ao ameaçar implodir o governo.

As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

A mesma corte reconheceu em julho, em decisão histórica, a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia e Jerusalém, ao ordenar evacuação imediata de colonos e soldados, além de reparações aos nativos.

A recomendação de Haia, em setembro, evoluiu a resolução aprovada por maioria de dois terços da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com prazo de um ano para ser implementada.

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