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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Presidente do TPI reporta ‘ameaças existenciais’ após mandados contra Israel

Juíza Tomoko Akane no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda, em 20 de novembro de 2024 [Eva Plevier/ANP/POOL/AFP via Getty Images]

A juíza Tomoko Akane, presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI), radicado em Haia, comentou nesta segunda-feira (2) sobre os ataques impostos à corte desde a emissão de mandados de prisão contra o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

Akane caracterizou os ataques como “existenciais”, incluindo “atos de coerção, ameaças e sabotagem” contra membros da corte. Então, advertiu “caso a corte imploda, implodirá também todos os seus casos e investigações”.

Em 21 de novembro, após seis meses de deliberação, o painel pré-julgamento embasado em Haia deferiu os mandados contra Netanyahu e Gallant, ao indiciá-los oficialmente, ao lado de Mohammed Deif, líder militar do Hamas tido como morto.

Para Akane: “Vivemos um ponto de inflexão na história. Lamentavelmente, não é somente retórica. A lei e a justiça internacionais estão sob ameaça. Logo, o futuro da humanidade. O TPI seguirá conduzindo o seu mandato legal, com independência e imparcialidade, sem ceder jamais à ingerência externa”.

LEIA: Os mandados de prisão do TPI para Netanyahu e Gallant são uma vitória para os palestinos?

O TPI também ordenou prisão de presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua invasão na Ucrânia. Moscou, por sua vez, respondeu ao emitir mandados de prisão próprios a oficiais da corte, medida que pode se repetir nos Estados Unidos, com ameaças de republicanos para impor sanções a Haia a favor de Israel.

“Vários de nossos oficiais eleitos estão sofrendo graves ameaças, até mesmo submetidos a mandados de prisão de um membro-permanente do Conselho de Segurança, somente por executarem fiel e diligentemente seu mandato judicial sob as normas estatutárias e a lei internacional”, reiterou Akane.

“A corte sofre também ameaças de sanções econômicas draconianas de outro membro-permanente do Conselho de Segurança, como se fôssemos uma organização terrorista”, acrescentou Akane. “Tais medidas rapidamente prejudicarão as operações da corte, em todas as situações e casos que analisamos, ao prejudicar   sua própria existência”.

LEIA: ‘Táticas de máfia’: Ex-promotora de Haia rompe silêncio sobre ameaças de Israel           

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