‘Teimosia’ de Netanyahu matou 33 reféns em Gaza, diz Hamas

O movimento palestino Hamas divulgou um vídeo nesta segunda-feira (2) dando detalhes sobre os prisioneiros de guerra israelenses que faleceram em Gaza, em meio ao genocídio contra os palestinos locais, como resultado da “teimosia” do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em consentir com um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros.

Conforme o Hamas, “33 colonos capturados foram mortos, incluindo alguns cujos restos mortais se perderam pelas ações criminosas de Netanyahu e seu exército fascista”.

“A teimosia de Netanyahu e sua continuidade da agressão deve aumentar ainda as baixas fatais entre os prisioneiros”, advertiu o movimento. “Ao continuar com sua guerra insana, perderão todos os prisioneiros. Façam o que tem que fazer antes que seja tarde”.

Entre os relatos compartilhados pelo Hamas, está a morte de quatro prisioneiros junto de seus captores, em 9 de outubro de 2023. Bombardeios indiscriminados de Israel mataram outros nove ainda em 14 de outubro.

O Hamas confirmou também que, em 8 de dezembro de 2023, combatentes de seu braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qasam, entraram em confronto com forças ocupantes, incidente que resultou na morte de um soldado então capturado.

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Em 1º de março, outros sete reféns foram mortos por bombas israelenses, semanas após perderem contato com seus captores.

Em 9 de junho, três israelenses morreram em um massacre cometido por Israel no centro de Gaza. O mesmo ocorreu em 2 de setembro, com seis prisioneiros mortos, cujos corpos o exército ocupante alegou encontrar em um suposto túnel em Rafah.

Outro prisioneiro foi morto ao tentar agredir seu carcereiro, em 12 de agosto.

Em 21 de outubro deste ano, no norte de Gaza, então sob invasão e cerco israelense, mais uma prisioneira pereceu aos bombardeios; por fim, outro óbito em 21 de novembro.

Israel mantém ataques contra Gaza desde 7 de outubro de 2023, em retaliação e punição coletiva a uma operação transfronteiriça do Hamas que capturou cerca de 200 colonos e soldados. Após um ano, as ações militares de Israel falharam em recuperá-los.

O exército insiste ainda que 1.200 pessoas foram mortas por combatentes palestinos na ocasião — número sob escrutínio, no entanto, após o jornal israelense Haaretz identificar casos de “fogo amigo”, com ordens gravadas para impedir a tomada de reféns.

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Desde então, em âmbito doméstico, Netanyahu enfrenta protestos de massa por troca de prisioneiros, acusado de postergar a medida em causa própria, sob receios do colapso de seu governo e eventual prisão em seus três casos por corrupção.

Neste entremeio, Israel aderiu a uma violenta campanha de propaganda de guerra por sua ofensiva, deixando mais de 44 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados no estreito enclave palestino.

As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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