Israel violou o acordo de cessar-fogo no Líbano “aproximadamente cem vezes” desde que a suposta trégua, mediada por França e Estados Unidos, entrou em vigor, na quarta-feira passada (27), confirmou a Missão Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil).
A fonte reafirmou à rede americana CNN que forças da ocupação israelense abriram fogo contra civis que tentavam retornar a suas terras, além de matar um casal e demolir uma mesquita em Maroun Al-Ras, no sul do país.
A imprensa libanesa estimou 24 violações do cessar-fogo apenas no sábado (30).
Apesar disso, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, insistiu durante reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que o acordo segue vigente, ao alegar que eventuais infrações estão sob análise dos mecanismos adequados.
LEIA: Soldados israelenses estão deixando comentários no Google sobre lugares libaneses que destruíram
Documentos vazados após a trégua apontam que Washington, porém, assinou um acordo à parte com Israel, no qual nomeia o governo em Tel Aviv como executor-chefe do cessar-fogo, ao torná-lo tanto parte quanto parte que investiga.
O acordo público e oficial pede três movimentações: que Israel se retire do Líbano, ao sul da fronteira; que o Hezbollah recue ao norte do rio Litani; e que o exército nacional libanês se posicione para assegurar uma zona neutra e monitorar o processo.
A agressão israelense ao Líbano deixou 3.900 mortos, 16.500 feridos e até 1.3 milhões de deslocados, no contexto do genocídio em Gaza, com 44 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados — sem ainda um cessar-fogo no horizonte.
LEIA: Israel impede retorno de residentes a 64 aldeias no sul do Líbano