Israel bombardeou hospital sem alerta prévio, confirma OMS

Rik Peeperkorn, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), confirmou que “não houve qualquer alerta oficial ou ordem de evacuação”, por Israel, antes de bombardear o Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza.

Em lugar de recomendações para proteger civis, incluindo pacientes, reiterou Peeperkorn, houve “apenas rumores que espalharam pânico”.

Em coletiva de imprensa em Genebra, o oficial da OMS reportou que o hospital está agora “minimamente funcional”, ao ressaltar que 12 mil pacientes de todo o enclave dependem de evacuação médica para sobreviver, mas apenas 78 foram evacuados.

Hossam Abu Safieh, diretor do Hospital Kamal Adwan, corroborou que a situação dentro e nos arredores do centro médico é “catastrófica”. Os ataques deixaram diversos mortos e feridos, enfatizou o médico, incluindo quatro colegas assassinados.

“Não restou nenhum cirurgião”, acrescentou Abu Safieh. “A única equipe médica que está realizando cirurgias é a delegação do Hospital Indonésio [também sob ataques], mas eles foram os primeiros a serem forçados a deixar nossa instalação via checkpoint”.

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“Os suprimentos médicos estão se esgotando e temos centenas de vítimas”, advertiu. “O sistema de suprimento de oxigênio foi atacado durante a madrugada e temos apenas dois cirurgiões com pouca experiência disponíveis para realizar operações”.

Israel mantém ataques a Gaza há 14 meses, incluindo a hospitais, abrigos e mesmo rotas de fuga, com mais de 45 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco absoluto — sem comida, água ou medicamentos.

As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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