O exército de Israel aumentou consideravelmente a presença de suas tropas nas colinas de Golã, território ocupado pertencente à Síria, por receios do breve colapso do governo sírio do presidente Bashar al-Assad, reportou uma fonte militar à rádio Kan.
Segundo os relatos, o exército israelense enviou sua 210ª Divisão à fronteira estabelecida, via ocupação ilegal, com a Síria, sob apreensão de que os rápidos avanços da oposição, em direção norte-sul, superem as barreiras e cheguem aos colonatos de Golã.
No mesmo contexto, a rádio militar notou que lideranças do establishment de segurança foram convocados a um encontro de urgência, nas horas recentes, para discutir o que se descreveu como rápido colapso do regime de Assad.
Segundo a rede de notícias Al Jazeera, o exército israelense decidiu reforçar forças em ar e terra nas colinas ocupadas de Golã, para “monitorar os desenvolvimentos e se preparar a todos os cenários possíveis, seja ofensivo ou defensivo”.
Tel Aviv — que mantém seu genocídio na Faixa de Gaza sitiada e violações ao cessar-fogo no Líbano — reiterou aparente intenção de expandir a guerra: “Não toleraremos qualquer ameaça perto de nossas fronteiras [sic]”.
Golã permanece ocupada ilegalmente por Israel desde 1967, assim como a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
As movimentações israelenses coincidem com a aproximação de forças da oposição síria à província central de Homs, que serve como caminho à capital Damasco.
LEIA: Alemanha critica interferência da Rússia e do Irã na Síria
Em 27 de novembro, após quatro anos de estagnação, rebeldes avançaram a Aleppo, em uma operação surpresa. Em 30 de novembro, os rebeldes tomaram o centro da cidade — a segunda maior do país —, além de estabelecerem o controle sobre toda a província de Idlib, no norte.
Na quinta-feira (5), a oposição anunciou entrar em Hama, ao combater forças do regime e milícias aliadas ligadas ao Irã. Neste sábado (7), tomou Daraa e Sweida.
A guerra na Síria matou mais de 500 mil pessoas desde 2011, quando Assad reprimiu com violência protestos populares por democracia. Mais da metade da população deixou suas casas, muitas delas ao exterior, em uma crise de refugiados sem precedentes.