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Líbano forma um “grupo de crise” para acompanhar os libaneses libertados das prisões da Síria

O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, reúne-se com membros de seu gabinete em Beirute, em 27 de novembro de 2024, para discutir o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. [Fadel Itani/AFP via Getty Images]

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, decidiu na segunda-feira formar um “grupo de crise” para acompanhar a questão dos cidadãos libaneses desaparecidos após a libertação de prisioneiros e detentos das prisões da Síria. O primeiro desses prisioneiros, Suhail Hamwi, chegou ao Líbano no domingo, depois de passar mais de 33 anos na prisão na Síria, informou a agência oficial de notícias libanesa.

De acordo com o escritório de mídia de Mikati, o grupo de crise trabalhará junto com o Comitê Judicial e a Comissão Nacional para os Desaparecidos e Forçados a Desaparecer.

Com base na solicitação de Mikati, o secretário-geral do Conselho de Ministros, juiz Mahmoud Makkieh, pediu aos ministérios e instituições públicas relevantes que “acompanhem com urgência a questão dos detentos libertados das prisões sírias”.

Durante os 29 anos de presença síria no Líbano (1976-2005), vários cidadãos libaneses foram presos e transferidos para prisões sírias por vários motivos, inclusive por pertencerem a partidos contrários à presença síria ou por suspeita de cooperar com partidos “hostis” ao regime sírio. Além disso, alguns libaneses foram desaparecidos à força sem que se conhecessem os reais motivos de sua prisão, especialmente durante a guerra civil libanesa (1975-1990).

O regime sírio libertou 121 libaneses detidos em 1998 e outros 54 em 2000. Entretanto, fontes no Líbano estimam em centenas o número de cidadãos detidos na Síria, embora o regime de Assad, agora deposto, sempre tenha negado esse fato. De acordo com a ONG Association of Lebanese Political Prisoners in Syrian Prisons, o número de libaneses “desaparecidos à força” nas prisões sírias é de 622.

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