A França, na quarta-feira, pediu que Israel se retire das Colinas de Golã da Síria, de acordo com uma declaração oficial do Ministério das Relações Exteriores, relata a Agência Anadolu.
O Ministério das Relações Exteriores francês lembrou que “conforme indicado pelas Nações Unidas, qualquer mobilização militar na zona de separação entre Israel e Síria é uma violação do Acordo de Desligamento de 1974, que deve ser respeitado por seus signatários, Israel e Síria”.
“A França pede que Israel se retire da zona e respeite a soberania e a integridade territorial da Síria”, diz também a declaração.
O Ministério reiterou o “apoio total” de Paris à Força de Observação de Desengajamento das Nações Unidas (UNDOF) em Golã.
Israel expandiu sua ocupação das Colinas de Golã sírias esta semana ao tomar uma zona de amortecimento desmilitarizada supervisionada pela ONU, horas após a queda do regime de Bashar Al-Assad.
Assad fugiu da Síria para a Rússia, onde recebeu asilo depois que grupos antirregime capturaram a capital, Damasco, no domingo, pondo fim ao governo do Partido Baath, que estava no poder desde 1963.
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Pouco depois, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou o colapso de um acordo de desengajamento monitorado pela ONU, que estabeleceu uma zona de amortecimento entre Israel e a Síria.
O exército israelense assumiu o controle do cume do Monte Hermon no lado sírio da fronteira e vários outros locais.
O exército também montou dezenas de ataques aéreos contra bases militares, estações de defesa aérea e quartéis-generais de inteligência, bem como depósitos de mísseis de longo e curto alcance, estoques de armas não convencionais em toda a Síria.
Israel alega que suas ações militares dentro do território sírio são defensivas “para evitar qualquer ameaça”.
O Acordo de Desengajamento foi assinado em 31 de maio de 1974 entre a Síria e Israel na presença de representantes das Nações Unidas, da antiga União Soviética (Rússia agora) e dos EUA.
O acordo estipula a retirada de Israel de todas as áreas que ocupou durante a guerra de 1973, bem como uma área de cerca de 25 quilômetros quadrados (9,6 milhas quadradas) que incluía Quneitra e outros locais.
O acordo define a fronteira atual entre Israel e a Síria, juntamente com os arranjos militares que a acompanham, criando duas linhas de separação – israelense (azul) e síria (vermelha) – com uma zona de amortecimento entre elas.
O acordo é monitorado pela Força de Observação de Desligamento das Nações Unidas (UNDOF), cuja tarefa é manter o cessar-fogo entre Israel e a Síria após a Guerra do Oriente Médio de 1973.