A Anistia Internacional na Austrália honrou o trabalho dos jornalistas palestinas com seu Prêmio de Defensores de Direitos Humanos para o ano de 2024.
Ao nomear uma série de profissionais de imprensa, que mantiveram esforços para revelar ao mundo a crise em Gaza, sob genocídio de Israel, ainda em curso, a Anistia notou que o prêmio se estende a todos que perderam a vida cobrindo os eventos em campo.
“Para honrar sua resiliência extraordinária, a bravura e coragem de jornalistas que operam nas condições mais perigosas possíveis”, reiterou a organização.
Bisan Owda, Plestia Alaqad, e Anas al-Sharif, da rede Al Jazeera, foram identificados pelos seus esforços durante a cerimônia. O repórter Ahmed Shihab-Eldin foi também premiado individualmente por seu trabalho.
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A Anistia observou que o prêmio deste ano buscou reconhecer a contribuição destemida dos jornalistas em Gaza, com base na cobertura do genocídio, incluindo uso inovador das redes sociais e o jornalismo cidadão, para contrapor narrativas e inspirar justiça.
Al-Sharif dedicou o prêmio a “cada jornalista palestino que tem realizado a cobertura dos eventos e crimes da ocupação israelense, diante da guerra e do sítio em curso em Gaza”. Al-Sharif citou seu colega, ferido, o cinegrafista Fadi al-Wahidi.
Al-Sharif mencionou também seu pai, falecido há um ano devido a um disparo israelense: “Dedico este prêmio à alma de meu pai — que Deus o abençoe”.
Shihab-Eldin declarou: “Me sinto honrada por ser incluída entre os mais bravos jornalistas que conheço, que arriscam tudo para nos manter informados. Eles me ensinaram muito, sobre o que significa testemunhar os fatos e o que significa ser humano”.
Alaqad dedicou o prêmio a “cada criança palestina, cada mãe que se recusa a abandonar a esperança, a cada voz que se nega a ser silenciada”.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 44 mil mortos e 105 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, cerca de 17 mil são crianças.
Estima-se ao menos 193 jornalistas assassinados. Ataques diretos à categoria se somam a uma violenta campanha israelense de desinformação, desumanização e propaganda de guerra contra os palestinos, além de censura contra agências eminentes.
As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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