Ativista é presa após fazer greve de fome em protesto contra o apoio do Reino Unido a Israel

Lizzie Greenwood, uma ativista de Manchester e ex-candidata do Partido dos Trabalhadores, foi presa pela Polícia da Grande Manchester (GMP) enquanto se recuperava de uma greve de fome de 35 dias protestando contra o financiamento e o armamento de Israel pelo governo do Reino Unido.

A prisão ocorre após uma suposta entrada forçada em uma residência anterior e assédio ao pai dela em sua casa.

De acordo com uma publicação no Instagram, a GMP também deteve cinco outros ativistas nos últimos dias, que foram posteriormente liberados sem acusação. Apesar da ausência de evidências, os presos tiveram seus pertences pessoais, incluindo telefones e veículos, confiscados por tempo indeterminado e enfrentam toques de recolher restritivos da polícia.

Ativistas do Central Manchester for Palestine disseram que essas medidas são parte de uma campanha crescente para intimidar e isolar os apoiadores dos direitos palestinos.

Greenwood, que começou sua greve de fome em 27 de outubro e a encerrou após 35 dias, descreveu o protesto como uma obrigação moral. Em um vídeo anterior postado em suas redes sociais, ela declarou: “Esta é uma causa pela qual me sinto disposta e obrigada a morrer.”

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Ela disse que sua greve foi motivada por um compromisso de evitar atrocidades semelhantes ao Holocausto. “Não serei cúmplice. Eu me oponho com cada fibra do meu ser. E se isso custar minha saúde e minha vida para tornar isso conhecido, que assim seja”, declarou Greenwood.

Desde 5 de outubro, Israel lançou uma operação terrestre em larga escala no norte de Gaza, supostamente para impedir que a resistência palestina se reagrupe. Os palestinos, no entanto, acusam Israel de tentar ocupar a área e deslocar à força seus moradores.

Desde então, quase nenhuma ajuda humanitária, incluindo alimentos, remédios e combustível, foi permitida na área, deixando a maioria da população lá — atualmente estimada em 80.000 — à beira da fome.

Greenwood acusou o governo do Reino Unido de priorizar o financiamento de Israel enquanto negligencia os cidadãos britânicos que enfrentam crises de custo de vida, problemas de saúde mental e escassez de moradia.

Israel lançou uma guerra genocida na Faixa de Gaza, matando mais de 44.800 palestinos, a maioria mulheres e crianças, e ferindo mais de 106.000.

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O segundo ano do genocídio em Gaza atraiu crescente condenação internacional, com autoridades e instituições rotulando os ataques e o bloqueio de entregas de ajuda como uma tentativa deliberada de destruir uma população.

Em 21 de novembro, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.

Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra mortal em Gaza.

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