A Irlanda se juntará formalmente ao caso de genocídio da África do Sul contra Israel após a aprovação do governo e pedirá ao Tribunal para “ampliar sua interpretação” do que constitui genocídio, disse o Ministro das Relações Exteriores do país na quarta-feira, relata a Agência Anadolu.
A Irlanda se juntará ao caso no Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) em Haia este mês, disse Micheal Martin em um comunicado.
“Houve uma punição coletiva do povo palestino por meio da intenção e do impacto das ações militares de Israel em Gaza, deixando 44.000 mortos e milhões de civis deslocados”, disse Martin após a reunião do Gabinete de quarta-feira.
Ele enfatizou que, ao intervir legalmente no caso da África do Sul, Dublin também pedirá ao CIJ para “ampliar sua interpretação do que constitui a comissão de genocídio por um Estado”.
“Estamos preocupados que uma interpretação muito restrita do que constitui genocídio leve a uma cultura de impunidade na qual a proteção de civis é minimizada”, sublinhou Martin.
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Ele continuou dizendo que a visão da Irlanda sobre a Convenção é mais ampla e prioriza a proteção da vida civil, pois o governo promoverá essa interpretação em sua intervenção neste caso.
Martin acrescentou que o governo também aprovou a adesão ao caso da Gâmbia contra Mianmar sob a mesma convenção.
Em outubro de 2023, Israel lançou uma guerra genocida na Faixa de Gaza que até agora matou mais de 44.800 pessoas, a maioria mulheres e crianças, e agora enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra em Gaza.
No mês passado, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
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