Neste mês de dezembro ocorrerá o lançamento oficial da campanha pelo fim da exportação de petróleo brasileiro a Israel. A iniciativa é parte das ações por embargo energético global ao Estado sionista. Um chamado do movimento BDS (boicote, desinvestimento e sanções) urgente em meio ao genocídio em Gaza e limpeza étnica acelerada na Cisjordânia.
O verdadeiro holocausto palestino é uma tentativa de “solução final” por parte de Israel na contínua Nakba – a catástrofe cuja pedra fundamental é a formação do Estado sionista em 1948. Enquanto as atrocidades são cometidas na Palestina ocupada por 14 meses, o Brasil segue a exportar petróleo que abastece a máquina da morte.
Conforme descrito em abaixo-assinado da campanha, pesquisa realizada por organizações do terceiro setor e publicada em março e agosto de 2024 denuncia que
“o Brasil figura entre os quatro maiores exportadores de petróleo cru e produtos derivados para Israel, direcionados a refinarias israelenses e usados no abastecimento de tanques, escavadeiras e outros veículos militares. Com a decisão da Turquia de proibir a exportação, o Brasil se torna fundamental para Israel como fornecedor. Foi detectada a exportação ao menos quatro carregamentos, somando 520 mil toneladas entregues a Israel desde o início do genocídio em outubro [de 2023], saídos de áreas de exploração da Shell, Total Energies e até mesmo Petrobras”.
Em ato realizado em São Paulo no dia 30 de novembro último – como parte das atividades para marcar o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino (29/11) –, uma performance com uma simulação de um tanque israelense jogou luz sobre a premência de fim da exportação do petróleo. Em faixa, os promotores da ação trouxeram o mote da campanha: “O Brasil abastece o genocídio. Lula, fecha a torneira.”
Para o envio do produto estratégico, mesmo por empresas privadas, como informa a campanha, é necessário permissão da União, via licença de exportação. Portanto, está nas mãos do governo pôr fim à entrega do petróleo para a máquina da morte sionista.
Isso seria coerente com a posição assumida pelo Brasil em Assembleia Geral das Nações Unidas no mês de setembro último. Ao lado de outros 123 estados em todo o mundo, o país votou a favor de uma resolução que conclama por sanções a Israel, comprometendo-se a dar os primeiros passos para tanto. “Essa resolução afirmou que a decisão do TIJ (Tribunal Internacional de Justiça) de julho de 2024 aciona a obrigação legal de todos os Estados de acabar com a cumplicidade com a ocupação ilegal e o regime de apartheid de Israel.”
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O Brasil, ainda de acordo com o texto do abaixo-assinado, tem “obrigações vinculantes de empreender todos os esforços possíveis para impedir e frear o genocídio para não se tornar cúmplice, inclusive ao impor sanções econômicas legais e proporcionais e outras contramedidas a Israel, particularmente um embargo militar bilateral, incluindo a exportação de produtos e insumos essenciais de utilização militar”.
Assim, como complementa, permitir a exportação de petróleo e combustível “viola diretamente a Convenção para Prevenção do Crime de Genocídio, da qual o Brasil é signatário”.
O povo palestino demanda solidariedade efetiva e concreta, para além das palavras. O Brasil, enfatiza o documento, tem a oportunidade de dar esse passo fundamental, interrompendo o envio de combustíveis ao Estado sionista “via decreto”. Uma decisão que deve abrir caminho para a ruptura de relações econômicas, militares e diplomáticas com Israel.
É o que fez a Colômbia neste ano, que não apenas rompeu relações diplomáticas, como deixou de ser o maior país exportador de carvão para Israel. A suspensão dessa venda por decreto é um exemplo a ser seguido. A hora é agora. Nenhuma gota de petróleo para o genocídio sionista.
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