Uma “gravíssima catástrofe ambiental” deve incidir a Gaza, devido do acúmulo de corpos de palestinos assassinados por Israel no norte do enclave, alertou neste domingo (15), em nota, a Organização de Assistência Médica em Gaza.
Segundo o diretor da instituição, Mohammed Abu Afash, um grande número de corpos de palestinos mortos permanece nas ruas sem meios de resgate, à medida que “cães e gatos de rua se alimentam dos mortos, com risco ambiental considerável”.
Abu Afash reiterou a falta crítica de suprimentos e profissionais de saúde, sem cirurgiões disponíveis para operações críticas, que incorrem na morte de feridos. Abu Afash advertiu também para os ataques reiterados de Israel a hospitais e equipes médicas.
Segundo seu relato, apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) ter obtido conduto a um pequeno volume de combustível e insumos ao Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, apenas seis feridos conseguiram ser transferidos ao local.
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O sistema de saúde, sobretudo no norte, acrescentou, enfrenta um colapso catastrófico, com a maioria dos hospitais fora de serviço sob bombardeios e bloqueio militar que priva pacientes de medicamentos, suprimentos e mesmo transporte para tratamento.
A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que Israel cessou todas as remessas humanitárias ao norte de Gaza em novembro, ao intensificar o sítio sobre a área por mais de 66 dias. Estima-se 400 mil palestinos, sob crise de fome, presos no local.
Israel mantém ataques a Gaza há 14 meses, com ao menos 45 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Dentre as fatalidades, cerca de 17 mil são crianças, para além de dezenas que morreram de fome ao longo do ano.
As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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