A Rede Síria para Direitos Humanos (RSDH) requisitou nesta segunda-feira (16) o fim das sanções políticas e econômicas contra o país árabe, após a queda da ditadura de Bashar al-Assad, reportou a agência Anadolu
Segundo a ong, que monitorou os 13 anos de guerra civil, as sanções, impostas contra as violações do regime, arriscam agora, no entanto, frustrar esforços de recuperação.
“Manter as sanções podem torná-las de instrumentos de responsabilização a obstáculos à recuperação síria”, advertiu o grupo, ao citar as demandas urgentes para reaver serviços e infraestrutura, além de facilitar o retorno dos refugiados.
A RSDH defendeu, contudo, a manutenção de sanções contra cerca de 300 indivíduos do antigo regime, incluindo o ex-presidente e seu círculo próximo. “As sanções contra esses indivíduos devem prevalecer para garantir justiça por seus crimes”, observou.
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O grupo de direitos humanos instou a comunidade internacional a suspender sanções às instituições de Estado, para assegurar transparência sobre o uso de recursos para fins de transição e evitar reincidência de crimes de corrupção.
As recomendações sobre o novo governo sírio incluem reforma financeira, apoio global à reconstrução e colaboração com entes da sociedade civil. A ong requereu ainda do novo governo que priorize direitos humanos e justiça, como passos essenciais a uma transição estável.
Assad, que governou a Síria com mão de ferro por quase 25 anos, fugiu à Rússia há uma semana, sob um avanço relâmpago da oposição, que arrematou a revolução deflagrada pela repressão brutal do regime a protestos populares por democracia.
Na Síria, rebeldes e civis invadiram os palácios de Assad e os calabouços da ditadura, ao libertar presos políticos, incluindo crianças, e revelar violações graves, incluindo tortura e condições desumanas.
Estima-se até 500 mil de mortos pela guerra na Síria, que deslocou metade da população, incluindo ao exterior, em uma crise de refugiados sem precedentes.
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