O Iraque estabeleceu um campo no deserto de Ambar para receber centenas de soldados do regime sírio de Bashar al-Assad que fugiram ao país no último sábado (15), sob receios de enfrentar justiça ou justiçamento após forças da oposição tomarem Damasco.
Assad fugiu à Rússia há uma semana, sob um avanço relâmpago da oposição, após mais de 13 anos de guerra civil deflagrada pela repressão brutal de seu regime a manifestações populares por democracia.
Oficiais iraquianos descreveram o campo como uma medida “temporária”, até firmarem um melhor arranjo junto do novo governo sírio, incluindo repatriação dos soldados ou seu envio a um terceiro país, caso possível.
O campo para os oficiais assadistas foi montado perto da fronteira e de uma base militar iraquiana, no município de al-Qaim.
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Um oficial iraquiano, em condição de anonimato, disse que o campo inclui mais de 2.100 oficiais e soldados do exército sírio, que não terão, contudo, salvo-conduto para além dos seus perímetros.
Conforme a fonte, órgãos internacionais coordenarão diálogo entre Iraque e Síria sobre a questão, ao manter, por ora, os soldados sob tutela militar iraquiana. Bagdá, no entanto, negou intenção de concedê-los asilo humanitário, insistiu o oficial.
No sábado (14), o governo iraquiano confirmou que centenas de soldados sírios entraram em seu território, para escapar dos combates.
NA Síria, rebeldes e populares invadiram os palácios de Assad e os calabouços do regime, ao libertar prisioneiros políticos, incluindo crianças, e revelar violações graves, incluindo tortura e condições desumanas.
Estima-se até 500 mil de mortos pela guerra na Síria, que deslocou metade da população, incluindo ao exterior, em uma crise de refugiados sem precedentes.