O povo palestino sofre uma catástrofe histórica, descrita pelo Gabinete de Comunicação do governo estabelecido na Faixa de Gaza, como “a mais brutal dos tempos modernos”, reportou o Centro de Informações da Palestina.
A assessoria enfatizou que o exército da ocupação mantém ataques deliberados a civis, incluindo deslocados, jornalistas, profissionais de saúde e da defesa civil e trabalhadores humanitários, com ao menos 110 mortes em poucos dias.
“Tais ataques são parte de uma escalada em curso que persevera há mais de 435 dias, ao constituir crime de genocídio contra o povo palestino”, notou o médico Ismail Thawabteh, diretor do Gabinete de Comunicação, na noite de domingo (15).
Thawabteh destacou que o regime ocupante matou quase 200 jornalistas em Gaza, entre os Ahmad Bakr al-Louh, fotógrafo da Al Jazeera, e Muhammad Jabr Al-Qurenaoui, repórter da agência Sanad, cuja família inteira foi assassinada.
Thawabteh confirmou ainda que Israel bombardeou a sede de campo da Defesa Civil, ao elevar o número de profissionais da categoria mortos pelos ataques em curso a ao menos 94 vítimas.
Ao menos 43 pessoas foram mortas por um bombardeio israelense à escola Khalil Awida, convertida em abrigo a famílias deslocadas, em Beit Hanoun, atualizou o médico, além de 42 mortos no campo de refugiados de Nuseirat, na região central.
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Em al-Bureij, também campo de refugiados, um ataque direto das forças coloniais alvejou a família al-Qurenaoui.
Em Deir al-Ballah, um bombardeio matou o prefeito, dr. Diab al-Jaru, junto de 11 pessoas. Para o Gabinete de Comunicação, a ação é deliberada, à medida que Israel tem o objetivo de criar um vácuo político e institucional em Gaza.
Al-Jaru é o quarto prefeito de uma municipalidade em Gaza a ser executado por uma ação israelense desde outubro de 2023.
O número de profissionais e voluntários no setor humanitário mortos por Israel alcançou 722 vítimas, com a morte de 15 indivíduos nos últimos dias.
O Gabinete de Comunicação enfatizou que as forças israelenses mantêm ataques diretos a equipes e centros de saúde, sobretudo o Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, que vive nova intensificação do cerco, mais incursões militares, há quase 70 dias.
Thawabteh concluiu ao alertar que o regime de apartheid israelense emprega uma política sistemática de fome contra os 2.4 milhões de palestinos em Gaza. Travessias continuam fechadas, sem passage de comida ou medicamentos.
Israel mantém ataques a Gaza há 14 meses, com ao menos 45 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Dentre as fatalidades, cerca de 17 mil são crianças, para além de dezenas que morreram de fome ao longo do ano.
As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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